Rui Quinta, treinador do Sp. Espinho, em declarações na sala de imprensa do Estádio do Bolhão, em Fiães, após a eliminação da Taça de Portugal frente ao Boavista (0-4):

«Missão impossível com 0-2 ao cinco minutos?]: No cinema é que há missões impossíveis. Vínhamos preparados para jogar. Depois assistimos a um lance de saltos para a piscina. Parece que viemos para uma prova artística. O jogo deixou de ter verdade a partir desse lance. Adulterou tudo o que tínhamos previsto e influenciou tudo o resto.»

«Se cortarmos um dedo a quem está a escrever, tudo o que vai escrever a seguir já não será da mesma maneira. Foi o que nos aconteceu. Não está em causa a vitória do Boavista. Somos um clube sério e honrado, disputámos o jogo do primeiro ao último minuto, orientados pela nossa ideia. O adversário ajudou-nos a crescer como pretendíamos. A expetativa real de passar diluiu-se nesse lance inicial.»

[Sente que o Espinho não foi respeitado pelo árbitro]:

«Acho sinceramente que os jogos têm de ser disputados. Nas condições em que se jogou hoje, houve um respeito muito grande dos profissionais. Lutaram de forma justa. Mas, quem tem de decidir os jogos, são os jogadores. Hoje não foi. O jogo foi adulterado. Depois desse lance [grande penalidade] os jogadores ficaram alterados. Espero que o Boavista tenha muito sucesso, envio um abraço ao Jorge pelo trabalho que está a realizar.

«Tenho de defender o nosso clube. A gente que aqui esteve e que acredita em nós, saiu daqui defraudada. O Boavista até podia ganhar na mesma não coloco isso em causa.»

[Este foi o quinto jogo sem vencer]:

«Se virmos as coisas dessa forma nunca vamos mudar a nossa vida. Para a semana vai depender de nós. Se olharmos para os resultados... não vai ser sempre assim. Vai ser da forma que queremos que seja.Os jogadores foram extraordinários, respeitaram a nossa ideia de jogo. Estou muito orgulhoso.»

[O Sp. Espinho protagonizou bons espetáculos na Taça de Portugal, sai satisfeito?]:

«Acho que quem acompanha o Sp. Espinho com regularidade sai sempre deliciado. O Sporting de Espinho joga com qualidade e joga para ganhar. Algumas vezes não consegue por insuficiências próprias, mas joga para vencer. Os adeptos acreditam no que estamos a fazer.

«Tínhamos a expetativa de ser premiados e tínhamos, naturalmente, expetativas para este jogo. Foi bonito, mas os jogadores mereciam outra visibilidade. Culturalmente em Portugal ainda há gente que olha para os clubes de forma diferente. Já estive do outro lado em que era tudo música sinfónica e em que todos batiam palmas. Agora sinto a diferença.

Agradeço a vossa presença e convido-vos para aparecerem mais vezes. O Sp. Espinho merece ser visto e ainda vão falar muito destes jogadores.»

[O facto de jogar em casa emprestada influência prestação da equipa]:

«Eram as condições à partida, portanto, nunca vão servir de argumento. Temos de valorizar a nossa realidade e não aquela em que gostaríamos de viver. Foi dentro deste premissa que construímos o nosso quotidiano. Os nossos adeptos fazem-nos sentir sempre em casa, seja onde for.»