Os gansos do Casa Pia sobrevoaram esta quinta-feira o Sado, exibiram as vistosas penas, com o estatuto de equipa sensação da Liga, e bateram o Vitória (1-0) num jogo rasgadinho que lhe valeu uma qualificação histórica para os quartos de final da Taça de Portugal. Os visitantes marcaram logo a abrir e depois seguraram a curta vantagem diante de um aguerrido adversário que deixou tudo em campo, numa competição onde tem pergaminhos.

O Casa Pia entrou no jogo ao ataque, com a equipa inclinada para a esquerda, onde Derick Poloni e Godwin abriam caminho para a linha de fundo. Uma investida, duas e golo logo aos três minutos. Um golo revestido de alguma sorte, uma vez que o remate de Ya Eteki, de fora da área, sofreu um desvio em Pedro Machado e deixou Leonardo pregado ao relvado.

Os gansos entraram a ganhar, mas logo a seguir tiveram de concentrar-se para conter a reação impulsiva do Vitória que, empurrado pelos seus exigentes adeptos, partiu com tudo para cima do adversário. Os sadinos subiram em bloco e, de ressalto em ressalto, chegavam facilmente com muita gente à área de Ricardo Batista. Varela até esteve perto de marcar com um pontapé acrobático, mas, em boa posição, acabou por não acertar na bola. Mais dois cantos e os adeptos entusiasmaram-se.

Uma reação que não durou muitos minutos, uma vez que, com muita calma, o Casa Pia, com posse de bola, conseguiu refrear os ânimos sadinos e até prendeu o adversário no seu meio-campo, com uma pressão alta que não deixava a equipa de Luís Loureiro sair a jogar. O jogo tornou-se mais feio, com muitas faltas, muitos pontapés para a frente, mas pouco futebol no Bonfim. Até ao intervalo, os gansos geriram a curta vantagem, à espreita de um erro do adversário que lhe permitisse aumentar a vantagem.

Amarelos a saltar na segunda parte

Para o início da segunda parte, os dois treinadores optaram por tirar os jogadores que já tinham amarelo e em boa hora o fizeram porque o jogo viria a tornar-se bem mais viril, com António Nobre a ter que ir muitas vezes ao bolso para refrear os ânimos. Do lado do Vitória entrou o experiente Zequinha, para gáudio dos adeptos, e a equipa sadina voltou a entrar com tudo no jogo e a encostar o Casa Pia às cordas, com uma pressão intensa sobre a área de Ricardo Batista. Rodrigo Pereira teve uma oportunidade soberana para empatar o jogo, mas o remate saiu-lhe fraco.

Aos poucos, tal como já tinha acontecido no primeiro tempo, o Casa Pia conseguiu refrear o ritmo do jogo e levar a bola para longe das redes de Ricardo Batista. Muitos choques, muita luta, mas a verdade é que o resultado ainda estava em aberto. Filipe Martins, consciente disso, juntou Antoine a Rafael Martins, à procura de um segundo golo que acabasse com todas as dúvidas.

Mas este Vitória não é de baixar os braços e, com mais ou menos dificuldades, continuou a deixar tudo em campo e a obrigar o Casa Pia a total concentração para segurar a curta vantagem. A luta foi acesa até ao último segundo de compensação, mas não houve mais golos e são mesmos os gansos que avançam para os quartos.

Na próxima eliminatória, o Casa Pia vai defrontar outro histórico em decadência no futebol português, o Nacional da Madeira.