O Vizela segue em frente na Taça de Portugal, mas teve de suar e sofrer para ultrapassar um aguerrido Atlético que honrou os seus pergaminhos históricos, com uma grande exibição na Tapadinha. A equipa da Liga só conseguiu desembrulhar a contenda na segunda parte, depois da entrada de Alex Méndez, mas a equipa de Alcântara nunca baixou os braços e deu luta até ao último suspiro.

Confira  FICHA DO JOGO

A equipa a casa, apoiada por uma bancada de sócios entusiastas bem preenchida, procurou surpreender o Vizela, logo a abrir o jogo, com uma defesa a três, dois laterias bem subidos nas alas, um meio-campo musculado e Diogo Leitão, mais solto, no apoio direto a Balotelli, um avançado guineense que é a grande referência do ataque da equipa.

O Vizela, com apenas três alterações em relação ao último jogo da Liga, susteve a entrada do ousado adversário, deixou assentar o jogo e depois começou a subir linhas. Em dois tempos, o Vizela assumiu as rédeas do jogo e não demorou a criar as primeiras oportunidades junto da baliza de Nélson Pinhão. Primeiro com um remate enrolado de Essende, depois com oportunidade flagrante que Dyla não conseguiu aproveitar.

O Atlético recuou em toda a linha, passando a defender com cinco e fechando todos os caminhos para a sua baliza. O rito de jogo caiu a olhos vistos, com o Vizela a trocar a bola no seu meio-campo, mas com poucas soluções para chegar mais à frente. O Atlético arrancava aplausos cada vez que recuperava uma bola, mas raramente teve oportunidades para incomodar Buntic. Até ao intervalo, apenas mais uma oportunidade de registo, com Essende a rematar muito por cima na sequência de um canto da esquerda.

Uma primeira parte com um ligeiro ascendente do Vizela, mas com um Atlético muito motivado, com três centrais muito eficientes anular a profundidade que os visitantes procuraram com Dylan e Essende na frente.

Alex Méndez entra e resolve à segunda-feira

O Vizela procurou acelerar o jogo no arranque da segunda parte, com Samu a surgir numa posição mais adiantada e com toda a equipa a rolar a bola mais rápido, procurando encontrar desequilíbrios na bem afinada defesa do Atlético. A equipa da casa não abanou, pelo contrário, manteve-se coesa, com os três centrais em sintonia, e até arriscou mais no ataque, agora com mais espaços para as transições.

O jogo só começou a mudar nos vinte minutos finais, quando Pablo Villar lançou Busnic e Alex Méndez, com destaque para o jovem norte-americano, que deu nas vistas na primeira vez que tocou na bola, com um remate que Nélson Pinhão defendeu para a barra. Na recarga, Essende, de cabeça, voltou a acertar no travessão. O Vizela atacava agora por todos os lados e Alex Méndez voltou a aparecer, agora sobre a esquerda, para cruzar com peso e medida para a cabeça de Essende que, desta vez, atirou a contar.

A quinze minutos do final, o Vizela colocava-se em vantagem e procurava agora gerir o jogo como fez na primeira parte, com posse de bola. O Atlético, logo a seguir ao golo, perdeu o equilíbrio e o Vizela criou duas, três, quatro oportunidades para matar o jogo, mas não o conseguiu.

Tiago Zorro, líder do Atlético, virou depois o jogo do avesso com três alterações de uma assentada que transfiguraram por completo a equipa da casa que passou a jogar e 4x4x2, arriscando tudo no ataque nos últimos instantes da partiida.

O Vizela fechava-se agora na defesa da sua área, com Pablo Villar a abdicar de Nuno Moreira para reforçar o eixo com Anderson, mas os visitantes tiveram mesmo de sofrer até final. Balotelli tentou um remate acrobático na área e, mesmo a acabar o jogo, Tiago Martins obrigou Buntic à defesa da tarde com um remate do meio da rua.

O Vizela segue em frente, mas o Atlético, líder da Série B da Liga 3, deixou uma excelente impressão na Tapadinha.