Robert
Estreia a titular muito promissora de um jogador que demonstra ter um pé esquerdo muito consistente e afinado. Robert teve aquilo que muitos desejam: deixar uma marca na sua primeira chamada ao onze do Benfica. E a marca foi um golo (65m), na sequência de um livre directo em que contou com a colaboração de Simão e assim desfez o nulo no marcador. A contratação mais sonante dos encarnados na abertura do mercado de Inverno mostrou bons pormenores e curiosamente o seu rendimento foi superior quando passou para o lado direito do ataque por troca com Simão. Tem grande facilidade em fugir para o meio, onde aproveita para testar o seu forte pontapé, mas ainda precisa de ganhar entrosamento com os colegas para soltar parte do seu futebol.
Moretto
Numa altura em que o afastamento de Quim da baliza do Benfica é um assunto que alimenta discussões, Moretto parece alheio às polémicas e é uma figura em ascensão. O guarda-redes brasileiro teve pouco trabalho, mas foi decisivo para que o Tourizense não chegasse ao golo. Fez duas excelentes defesas a remates de Xano e Pedro Fontes (viu também uma bola bater na barra, é certo), mas correspondeu sem mácula e isso arreliou o ataque contrário. Para desespero de Quim, Moretto tem justificado a aposta de Ronald Koeman.
Petit
Num meio-campo em que Beto esteve claramente desafinado (errou passes e nem sempre foi expedito no corte), Petit assumiu o comando e percorreu bem os espaços num jogo em que a desmotivação podia ser um factor contra. Nunca se deixou abater, bem pelo contrário, procurou contagiar os colegas diante um adversário que deu boa réplica. De uma entrega total, roubou bolas e encurtou o futebol do Tourizense, fazendo valer-se da sua experiência. Mandou uma bola à barra.
Geovanni e Simão
Missão de sacrifício de Geovanni entre os centrais do Tourizense, mas extremamente útil porque foi desgastando o sector mais recuado do adversário. Recuou algumas vezes para despistar Fernando Sandro e Ivo, procurou rematar à baliza, embora tivesse no guarda-redes um forte obstáculo, combinou bem com Robert e Simão e ofereceu o golo a Nuno Gomes (79m) num toque sublime de calcanhar. Quem também mostrou credenciais foi Simão, em nítida ascensão de forma, a trabalhar bem no lado direito mas a render muito mais no flanco canhoto, o seu habitat natural.
Manduca
Muita entrega e pouco virtuosismo fizeram dele uma unidade que se foi perdendo e desaparecendo à medida que o jogo ia decorrendo. Esticou-se entre um falso número dez e um segundo avançado, no apoio directo a Geovanni, mas uma sucessão de jogadas inconsequentes tiraram brilho à estreia de Manduca como titular no Benfica. Procurou contrariar a tendência e também actuou nos dois flancos em busca da linha de fundo, sendo evidente a falta de entrosamento com os colegas. Esperava-se muito mais e a sua substituição por Nuno Gomes (60m) era previsível.
Pedro Fontes e Chano
Pedro Fontes foi um número dez com pés de veludo, algo lento de movimentos, é certo, mas que deu muito trabalho ao meio-campo do Benfica. Com uma capacidade de drible acima da média alimentou a chama do Tourizense, empurrando a equipa para a frente e procurando linhas de passe para os colegas mais avançados. Quem beneficiou com isso foi Chano, uma seta apontada à baliza de Moretto. Mandou uma bola à barra e ainda obrigou o guarda-redes do Benfica a uma defesa apertada.
Filipe
Discreto e muito eficaz durante a primeira parte, o guarda-redes do Tourizense desdobrou-se em defesas de coeficiente elevado logo após o intervalo. Muito bem a bloquear os remates de Robert e Geovanni, evitou que Simão inaugurasse o marcador (54m) num lance em que muitos já gritavam golo e evitou com o pé quando Manduca tentou a sua sorte. Muito seguro nos cruzamentos e confiante a jogar com os pés, Filipe mostrou credenciais e alimentou o nulo até aos limites do razoável, pois nada pôde fazer nos golos de Robert e Nuno Gomes.