O número de jogadores excedentários que F.C. Porto, Sporting e Benfica têm para colocar deveria fazer os responsáveis reflectir sobre o tema.
Do meu ponto de vista, esta situação é má para os clubes grandes, para os restantes parceiros do futebol profissional e, sobretudo, para os jogadores.
Por possuírem maior poder financeiro, os clubes grandes dão-se ao luxo de esbanjar.
Compram jogadores que se estivessem livres no mercado acabariam por reforçar as equipas médias.
Eis alguns exemplos: Adriano, Bruno Vale, Jorge Ribeiro, Purovic e Makukula. Qualquer deles joga «de caras» em equipas portuguesas que estão nas competições europeias ou a fazer por isso.
O facto de ganharem acima das posses desses clubes «europeus» arrasta-os para situações difíceis. Treinam à parte, não jogam, perdem a fase de preparação, o que sem dúvida tornará mais difícil o rendimento.
Acho que a solução para esta questão seria relativamente simples. Os clubes passariam a ter um limite para os jogadores que podem ter sob contrato. Para comprar teriam de vender, emprestar ou dar.
Esta medida contribuiria para equilibrar as contas de todos os clubes, seria benéfica para os jogadores e equilibraria a competição, diminuindo um pouco o fosso entre os ricos e os outros.
Mas, claro, isso poderia tornar a competição mais saudável e promover o equilíbrio. O que, já sabemos, não é o primeiro pensamento de muita gente quando se levanta de manhã.
De resto, arrisco-me a dizer que este será o ano de maior desequilíbrio à partida. Os ricos gastaram como quiseram. Os pobres, apertados por dívidas e pressupostos de inscrição mais rigorosos, pagam menos do que nunca e sentem dificuldades para formar plantéis.
Na prática, este desequilíbrio torna os mais pequenos mais dependentes dos empréstimos dos grandes. E isso não é saudável.