O Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) indeferiu o recurso interposto para anular a decisão do Comité de Apelo da FIFA que afastou Cabo Verde do acesso aos play-offs da qualificação para o Mundial de futebol de 2014.

A informação foi confirmada pelo presidente da Federação Cabo-verdiana de Futebol (FCF), Mário Semedo, que, durante uma conferência de imprensa para dar a conhecer o acórdão do TAS, se mostrou «inconformado».

A FIFA aplicou a sanção de derrota por 3-0 à seleção cabo-verdiana no último jogo do Grupo B de apuramento africano para o Mundial do Brasil, disputado a 07 de setembro de 2013, quando os Tubarões Azuis venceram em Tunes a Tunísia por 2-0, por alegada utilização irregular de Fernando Varela.

Ao ser sancionado com a derrota, Cabo Verde perdeu o primeiro lugar para a Tunísia, que seria eliminada no play-off final africano para o Mundial pelos Camarões.

Apesar de não concordar com a decisão, Mário Semedo adiantou que, agora, só resta à FCF acatar a decisão que, segundo os estatutos da FIFA e do regulamento do TAS, não é passível de recurso.

«É uma decisão definitiva. Não nos resta, pois, senão acatá-la e respeitá-la», disse Mário Semedo, considerando, contudo, que o sentido da decisão é «errado», ao «não identificar corretamente» as normas regulamentares da FIFA relevantes para esse caso concreto.

O dirigente disse ainda que Cabo Verde também confiou nas informações disponibilizadas no sítio da FIFA, que colocou Fernando Varela como «limpo e elegível» para representar a seleção no referido jogo, depois de cumprido o segundo jogo de suspensão.

«A verdade é que, na audiência de 14 de janeiro último, apesar de a FIFA ter, pela primeira vez ao longo do processo, confessado o erro, o acórdão refere expressamente que o TAS não extraiu as devidas consequências», precisou.

Mário Semedo salientou que, com essa decisão, o TAS não teve em conta a «fragrante violação», pela FIFA, do princípio da confiança e da boa-fé previsto no Código Civil e na Constituição Federal Suíça, aplicável ao caso concreto.

«Saímos inconformados de todo o processo, mas de consciência tranquila e com convicção profunda de que, desportiva e judicialmente, as decisões finais deveriam ter sido totalmente opostas e de que tudo fizemos para defender o nosso país e o nosso futebol», finalizou Mário Semedo.