Pedro Pichardo saltou 17,71 metros e logo à segunda tentativa alcançou na qualificação para a final do triplo salto dos Jogos Olímpicos Tóquio2020, deixando a concorrência a larga distância.

No final desta primeira demonstração de categoria, o saltador português de origem cubana destacou a preparação que foi necessária para estar a este nível. 

«Parece fácil, mas são muitos anos de trabalho, um ciclo olímpico a preparar este dia da qualificação e a final, por isso é que toda a gente acha que é fácil. É muito trabalho no meu corpo e na minha cabeça», começou por dizer o atleta de 28 anos, acrescentando: «Foi um salto tranquilo. No primeiro relaxei demasiado e a fase do voo, do apoio para o salto, não saiu bem e a corrida também foi mais lenta. Foi confiança demais. Depois, só quis fazer bem o segundo.»

Antevendo a final, na qual vai ser o único luso, depois das eliminações de Nelson Évora, campeão olímpico em Pequim2008, e Tiago Pereira, Pichardo recusou um estatuto de especial: «Não posso dizer que sou imbatível, nunca se pode falar assim. Todos estamos em boa forma física, preparados para uma medalha, vai ser só o dia em que se vê quem salta mais.»

Questionado sobre os desempenhos dos seus adversários, em particular de Hugues Fabric Zango, do Burkina Faso, que estabeleceu este ano o recorde em pista coberta (18,07 metros), Pichardo centrou a sua concentração em si e numa marca que não quis revelar.

«Não me foco neles, estou focado em atingir uma marca e, se a alcançar, aí posso ser imbatível. Qual é? É melhor ser surpresa, às vezes é o melhor. Sinto-me bem, física e psicologicamente. Se Deus quiser, agora é esperar que quinta-feira possa fazer o meu melhor. Tenho um bocado mais de 18 metros na cabeça, e nas pernas também», concluiu.

O campeão da Europa em pista coberta tem os 18,08 metros alcançados em 2015 como melhor marca pessoal e detém o recorde nacional (17,95), tendo chegado a Tóquio2020 com a melhor marca mundial do ano ao ar livre, com 17,92, obtida em 6 de julho.

A final está marcada para quinta-feira, às 11 horas locais (3 horas em Portugal continental).