Os clubes que disputam as competições profissionais reuniram-se nesta sexta-feira na sede da Liga. O Estado voltou a colocar a tema Totonegócio em cima da mesa, obrigando os dirigentes futebolísticos a pensar em soluções para resolver a questão.

Em suma, o pagamento faseado da dívida seria feito com as receitas do Totobola. Como as receitas ficaram abaixo das expectativas, o Governo quer que os clubes paguem o montante em falta.

Durante a reunião, que decorreu esta tarde, o presidente da Liga respondeu à questão Totonegócio com o pedido de legalização das apostas on-line. «O crédito que está a ser reclamado só não se encontra liquidado porque os clubes viram serem-lhes diminuídas as receitas provenientes do Totobola», disse Mário Figueiredo, no seu discurso.

«O Totobola em suporte digital»

«A este propósito, não podemos deixar de referir a necessidade de atribuir aos clubes e ao desporto em geral aquilo que lhes pertence. Ou seja, uma parte do produto da actividade do jogo on-line, situação que deverá ser analisada em conjunto com a presente. O jogo on-line não é mais do que o totobola em suporte digital», frisou o dirigente.

Os clubes defendem a necessidade de enquadramento legal da actividade: «Pretendemos, pois, que seja reconhecido o direito dos clubes a manter um nível de receitas provenientes da actividade dos jogos que seja, pelo menos, idêntica à que foi auferida no ano de 1999.»

«Com efeito os clubes estão à espera desde 2005 que esta actividade seja enquadrada, todavia, nada de eficaz foi feito até ao presente momento», lembrou Mário Figueiredo, acrescentando: «Com essas receitas pretendem os clubes manter o modelo de pagamento até que estejam liquidadas todas as verbas. É este o caminho que devemos percorrer - e não podemos esperar muito mais tempo, pois temos a obrigação de defender os interesses dos clubes.»

Os clubes querem «ser parte da solução e nunca do problema». De qualquer forma, lembram que as dívidas em questão são anteriores a 1996. As estimativas não bateram certo com a realidade.

«Não vemos o Estado como um adversário. Não queremos fazer ultimatos», frisou o presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional. Já à saída da reunião, Mário Figueiredo apelou novamente ao entendimento mas deixou um reparo: «os clubes não estão acima da lei mas o Estado também não.»