Depois de um teste para a Taça da Liga em que nada saiu bem à formação da casa, o Marítimo entrou com uma outra disposição neste embate da Taça de Portugal, tentando desde cedo chegar a um golo que vergasse o seu adversário e que pudesse proporcionar uma exibição colorida para os seus adeptos, algo que vai incessantemente fugindo nesta temporada.

Logo aos quatro minutos Danilo Pereira deu o primeiro aviso aos penafidelenses, mas o remate saiu à figura de Coelho. Com os verde-rubros ao ataque e o Penafiel remetido à defesa, não foi de estranhar que o golo surgisse ainda antes do primeiro quarto de hora, depois de uma boa jogada de João Diogo na direita que culminou com o cruzamento para o autogolo de Fábio Ervões, já em cima da linha de golo, quando estava muito pressionado por Derley nas suas costas.

O Penafiel não se atemorizou e o pequenino e irrequieto Aldair haveria de começar o seu recital de futebol. Muito sozinho na frente de ataque, foi uma constante dor de cabeça para a defensiva contrária, acabando por colocar José Sá à prova logo aos 16 minutos.

Os verde-rubros perceberam o perigo que dali poderia advir e partiram em busca de uma vantagem que os pudesse tranquilizar, com Coelho a estar em evidência em diversos momentos, nomeadamente aos 20 minutos, negando o golo a Derley, repetindo a façanha aos 23, segurando o remate de Héldon, e aos 25, desta feita a Artur.

O balanceamento ofensivo verde-rubro convidava o Penafiel a explorar o contra ataque e foi isso mesmo que aconteceu. Não marcou Artur aos 25, respondeu o Penafiel com o contra ataque conduzido por Aldair pela ala esquerda, cruzando para a confirmação do empate de Gabi.

Tremeram as hostes insulares, já por demais habituadas a este filme ao longo desta temporada, e haveriam de ter razão, já que, depois de Alex Soares não acertar no alvo à passagem do minuto 34, viram Aldair do meio da rua fazer o chapéu perfeito a José Sá, para a reviravolta no marcador.

Até ao final da primeira metade o Marítimo bem porfiou na procura do golo do empate, sem que tivesse a arte o engenho para o fazer, acabando mesmo por seguir para os balneários com uma surpreendente desvantagem no marcador.

A exemplo do que sucedeu na primeira metade do encontro, os verde-rubros tornaram a entrar melhor, na tentativa de chegar à igualdade, dispondo de duas excelentes ocasiões para alcançar o tal desiderato. No entanto, na primeira vez que os penafidelenses foram à baliza contrária, mediante um alívio de Gabi, aliado a má intervenção de Márcio Rozário, que permitiu que Rafael Lopes se isolasse, os forasteiros iriam causar sensação, ao colocarem-se a vencer por três bolas a uma.

A partir daí o jogo decaiu de qualidade, tornando-se mais físico do que técnico, com o Marítimo a tentar reduzir e o Penafiel a segurar uma excelente vantagem que detinha, explorando as rápidas transições sempre que podia.

A reacção verde-rubra permitiu que Héldon conseguisse reduzir à passagem do minuto 67, depois de um cruzamento na esquerda de Rúben Ferreira, fazendo com que o Penafiel tremesse mas não abdicasse da sua forma de jogar, até porque a vantagem no marcador ainda era sua.

Com os penafidelenses cada vez mais remetidos à sua defesa, o Marítimo bem porfiava para chegar à igualdade, mas os caminhos da baliza de Coelho estavam completamente fechados e os verde-rubros não conseguiam entrar eficazmente no último terço defensivo dos pupilos de Miguel Leal.

O relógio corria a favor do Penafiel e os minutos voavam para o Marítimo, que acabou por não conseguir chegar ao tento da igualdade, sendo eliminado em casa por uma equipa de um escalão secundária. No estádio dos Barreiros fez-se taça e fez-se história, já que esta foi a primeira vez que o Penafiel logrou alcançar uma vitória neste reduto.