O Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE) admitiu hoje estar «disponível» para desmarcar a greve anunciada para 30 de Maio, caso o Governo venha «ao encontro» dos interesses dos trabalhadores.

«Nós decretámos uma greve, nós não aderimos a nenhuma greve geral», declarou o presidente do STE, Bettencourt Picanço.

«Aquilo que o STE tem em cima da mesa é uma greve a 30 de Maio e estamos disponíveis, a todo o tempo, para anular a greve, se o Governo vier ao nosso encontro», disse, em declarações aos jornalistas.

Apesar de ter marcado presença no Ministério das Finanças, o STE, afecto à UGT, só será recebido esta tarde pelo secretário de Estado da Administração Pública para mais uma reunião destinada a discutir os vínculos, carreiras e remunerações da Função Pública, assim como o sistema de avaliação de desempenho.

«Nós queremos negociar e ficaríamos muito felizes se o Governo se disponibilizasse a isso», sublinhou Bettencourt Picanço.

Questionado sobre o facto da UGT estar contra a greve geral de 30 de Maio, Picanço esclareceu que «o STE não tem nenhuma ruptura com nenhuma entidade, nem com o Governo que anda a pôr em cima da mesa estas medidas, muito menos com a UGT ou com a CGTP».

«Pretendemos, simplesmente, dar satisfação àquilo que é o desejo dos associados. É para isso que existem as organizações sindicais», sustentou.

A posição do STE diverge, assim, da defendida pela outra estrutura sindical afecta à UGT, a Frente Sindical da Administração Pública (FESAP), que entende «não ser este o caminho».

«As questões da greve e das lutas têm de ser decididas pelos trabalhadores depois de esgotados todos os mecanismos normais de negociações. Não estamos num regime de directórios eliminados que vêm propor aos trabalhadores determinado tipo de situações», considerou o secretário coordenador da FESAP, Jorge Nobre dos Santos, após a reunião com o secretário de Estado da Administração Pública, João Figueiredo.

Nobre dos Santos acrescentou que a situação actual demonstra que «ainda é possível negociar».

«No fim tiraremos as nossas conclusões, agora, greves previamente marcadas, não fazemos greves de pressão para modificar as coisas em termos negociais, não é esse o caminho», concluiu.