As políticas sociais activas são perfeitamente compatíveis com o crescimento económico e a criação de empregos, defendeu esta sexta-feira o ministro espanhol do Trabalho, Jesus Caldera, à margem do conselho informal de ministros do Emprego que decorre em Guimarães.

«Uma política social activa (flexigurança) e profunda é perfeitamente compatível com crescimento económico e com os direitos das pessoas. As políticas sociais não são uma carga, não são um problema, pelo contrário, constituem direitos para os cidadãos e favorecem o crescimento económico», disse Jesus Caldera.

Para o ministro espanhol, flexibilidade e segurança dos trabalhadores não são incompatíveis, já que a primeira é necessária para competir melhor e a segunda para aumentar as políticas sociais.

«A Espanha aceita a flexigurança, sem nunca esquecer os direitos dos trabalhadores», sublinhou, adiantando que o país vizinho procedeu a uma reforma laboral para dar mais segurança aos trabalhadores.

«Havia muita flexibilidade e o que precisávamos era de mais de mais segurança. Por exemplo, ainda temos 30 por cento de trabalhadores precários, e fizemos uma grande reforma que tem tido bons resultados para ajudar as empresas a substituir os seus empregos temporários por empregos mais estáveis», explicou.

Outra medida adoptada pelo governo espanhol foi segundo Jesus Caldera o aumento do salário mínimo. «Em Espanha o salário mínimo é de 440 euros. Se me permitem, isto é uma vergonha, uma vergonha. Mas agora vamos chegar aos 600 euros», disse Caledra, sublinhando, contudo, que tal ainda não é suficiente, pelo que será levada a cabo uma reforma muito forte nos próximos anos, que inclui a redução dos impostos.

Jesus Caldera sublinhou que a Espanha está num processo intenso de criação de políticas sociais, tendo já aprovado uma lei de igualdade que visa reduzir a discriminação da mulher e a sua igualdade de salários, a melhoria dos direitos da maternidade e das licenças de paternidade, assim como o fomento directo aos nascimentos através da atribuição de 1.500 euros e o apoio às pessoas com deficiência.

«Se queremos um futuro melhor, temos que dar mais direitos aos trabalhadores», acrescentou.