O director-desportivo da selecção nacional, Carlos Godinho, afirmou nesta segunda-feira que os treinos da equipa serão «de acordo com os interesses» da mesma. Neste domingo, adeptos portugueses protestaram pelo facto de a sessão orientada por Carlos Queiroz ter durado menos de uma hora e por a procura ter sido superior aos bilhetes emitidos.

«Não saímos daquilo que foi acordado com a Câmara da Covilhã em termos de presenças nos treinos, vamos continuar a fazer as coisas como foi acordado, mas vamos fazer os treinos de acordo com os interesses da selecção e do seleccionador nacional», disse Carlos Godinho, em declarações à «Lusa».

«Não vamos alterar seja o que for em função do agrado menor ou maior de uma parte reduzida dos adeptos», prosseguiu o director, que lembra que o treino de domingo, que gerou polémica nem sequer estava para ser aberto ao público.

«Foram as estruturas locais que nos solicitaram que abríssemos um treino ao domingo, porque era um treino que traria muita expectativa às pessoas da região», explicou Carlos Godinho. «Na véspera do jogo, só costumamos fazer um treino e fizemos um segundo para que as pessoas tivessem a possibilidade de virem aqui», argumentou.

O director-desportivo de Portugal sublinhou a presença de «cerca de 2000 crianças no treino», mas entende que a selecção «não pode agradar a toda a gente» e não pode «condicionar o programa de preparação» para o Mundial-2010, «tendo em conta os interesses de algumas pessoas» que se deslocaram ao local.

«Não podemos agradar a toda a gente, não agradámos no passado, não agradamos no presente e não agradaremos no futuro, mas o que interessa aqui é o plano de preparação da selecção nacional, é por isso que aqui estamos», alertou.

Ainda assim, Carlos Godinho espera casa cheia nesta segunda-feira, quando Portugal receber, pelas 19h30 a selecção de Cabo Verde, em jogo de preparação: «A nossa expectativa é que esteja o estádio cheio, entre 10 000 a 12 000 pessoas. Penso que as pessoas da Covilhã, como têm feito desde o primeiro momento, vão apoiar a selecção. Não há razão nenhuma para não o fazerem.»