Um golo, quando nada o fazia prever, começou a ditar o resultado de um jogo que demonstrou as muitas diferenças que há entre quem luta pela Europa e quem tenta ficar na I Liga. O Nacional está em grande momento, respira confiança, leva três jogos sem perder e conseguiu duas vitórias consecutivas no Continente. Mais, ultrapassou oSp. Braga e subiu ao quarto lugar, deixando o Trofense nos lugares de descida. A equipa de Tulipa tarda a «encontrar-se» em casa.
Até ao primeiro golo de Nenê, nada de relevante se passou na Trofa. As equipas estavam em estudo, embora o Nacional tivesse mais posse de bola. Só que o minuto 13 mudou o jogo. O passe de Salino a descobrir o ponta-de-lança foi mortífero, como foi o goleador máximo do campeonato. Se o Trofense estava pressionado para sair da linha de água, pior ficou. E isso reflectiu-se em campo.
O Nacional estava muito seguro no jogo, anulava a equipa da casa sem grandes problemas e conseguia que os laterais fossem mais extremos que defesas. As jogadas sucediam-se até que, numa dessas subidas, Patacas cruzou para entrada de Nenê, que deixou nova marca. O brasileiro fez o que sabe e aumentou para 2-0.
Tulipa já jogava com dois avançados, depois de tirar o regressado Tiago Pinto. Só que o plano B também não dava frutos, com Halliche e Filipe Lopes sempre muito concentrados no eixo da defesa madeirense. Ao intervalo o resultado era justo.
Hugo Leal reduz e veio polémica
O Trofense tinha de vir melhor para a segunda parte. Veio também com Mércio no lugar de Valdomiro. E os segundos 45 minutos começaram, praticamente, com Reguila a atirar por cima, de livre. Depois, com aquele avançado e Charles Chad mais vezes na área, começaram a surgir os cruzamentos, com a equipa a trocar melhor a bola no miolo.
Só que do outro lado, Manuel Machado estava decidido a não deixar escapar a vantagem de dois golos. Por isso, tirou Leandro Salino e colocou um central. Maicon, Halliche e Filipe Lopes jogavam em linha e cortavam as esperanças dos da casa.
Só que o Trofense insistiu, insistiu e insistiu tanto que conseguiu facturar, num cabeceamento improvável de Hugo Leal. Prémio merecido para o médio, que tentava não cair na tentação do futebol directo em que a equipa se encontrava.
O golo trouxe nova energias à equipa da casa, que dava o tudo por tudo para chegar à igualdade. Chegou, houve festa e até a aparelhagem do estádio teve música de golo. Só que Cosme Machado assinalou posição irregular de Charles Chad e a festa virou contestação grande, com Tulipa a ser expulso do banco. É verdade que pelo querer e pela última ideia da partida, a igualdade poderia parecer justa. Mas o Nacional esteve melhor na maioria do jogo.