Foram 32 minutos. Durante esse espaço de tempo, que mediou o golo do Marítimo em Matosinhos e o tento do empate do Leiria, o Paços de Ferreira esteve na Liga Bwin. Mas um golo de Éder Gaúcho, já depois dos descontos, acabou com o sonho dos castores, que ficam, agora, à espera da confirmação do Conselho de Justiça acerca da descida administrativa do Boavista para poderem preparar-se para mais uma época entre os grandes. Convinha era que a decisão não tardasse muito a ser conhecida porque, nestas coisas de mercado, não há nada como atacar cedo.
Os pacenses fizeram praticamente tudo bem para chegar à vitória, excepto aqueles minutos finais em que se puseram a jeito, remetidos à sua defesa, a convidar os leirienses a ir para cima deles. Os homens de José Mota chegaram à vantagem cedo, num lance de inspiração do ataque, desenhado a regra e esquadro de forma tão perfeita que até pareceu fácil bater o gigante Fernando. Até então, o guarda-redes brasileiro havia sido o principal obstáculo para os forasteiros, com um par de defesas ao nível habitual.
O facto de estar perder desde os 28 minutos em nada alterou a postura da U. Leiria. Sem estarem a jogar mal, os donos da casa viviam essencialmente do talento individual dos seus avançados, com NGal e Sougou a procurarem, amiudadas vezes, incomodar o não menos eficaz Peçanha. Uma toada entretida, portanto.
Balão de oxigénio desde Matosinhos
A U. Leiria regressou dos balneários com um assomo de colectivismo e passou a dominar as operações. O Paços jogava agora muito mais no seu último terço, vivendo, apenas, de alguns contra-ataques e remates de meia-distância.
O balão de oxigénio chegou, todavia, de Matosinhos quando, nas bancadas, a volumosa mancha amarela começou a manifestar-se ruidosamente: o Marítimo acabara de marcar ao Leixões! O milagre era possível.

Era hora de cerrar os dentes, colocar o comprimido debaixo da língua e lutar, lutar muito, por aquele resultado curto mas que chegava para os castores permanecerem na Liga, não fosse o golpe cruel de Éder Gaucho, já em período de descontos, que acabou com as esperanças pacenses. Tem agora a palavra o Conselho de Justiça...