O Sp. Braga não desarma na perseguição ao Benfica e conseguiu encurtar para três pontos a vantagem dos encarnados na sequência de uma suada vitória em Leiria, que meteu reviravolta no marcador e exigiu uma boa gestão do resultado na segunda parte. Dois meses depois, os arsenalistas voltaram a vencer fora de casa e mantêm intactas as esperanças num feito inédito. O sonho continua vivo!

Os comandados de Domingos Paciência tiveram de puxar pelos oito mil adeptos que viajaram desde o Minho. Apesar do primeiro sinal de perigo, num cabeceamento de Moisés que Marco Soares tirou sobre o risco fatal, foram os da casa que se adiantaram no marcador num cabeceamento soberbo de Cássio. Tinha sido, praticamente, as duas únicas jogadas de relevo da partida até então, no caso dos leirienses foi mesmo o primeiro remate do encontro.

Os guerreiros do Minho acusaram o golo, principalmente Eduardo, estranhamente inseguro neste sábado, e demoraram a reencontrar-se. Dir-se-ia que o esquema gizado por Domingos, com tantas unidades no ataque (Alan, Renteria, Meyong e Paulo César), deixando André Madrid praticamente sozinho contra um forte meio-campo da casa em função da fraca vocação defensiva de Luis Aguiar, levava a défice na zona nevrálgica do campo. Em resultado disso, a defesa bracarense passou por alguns momentos de apoio, especialmente em termos de jogo aéreo, mostrando-se incapaz de construir lances de ataque.

A saída de Pateiro, por lesão, deu início ao descalabro leiriense na exacta medida em que os bracarenses, aproveitando da melhor forma dois erros defensivos dos locais, deram início à reviravolta. Galvanizados pelo público, os comandados de Domingos Paciência empurraram a União para trás e foram para os balneários na frente do marcador.

Saber sofrer

Na segunda metade, como seria de esperar, a qualidade de jogo decresceu até porque o Sp. Braga procurou defender a vantagem e assumir o ataque através de transições rápidas. Foi, nessa altura, que todo o espírito de sacrifício e entreajuda dos guerreiros do Minho veio ao de cima. Hugo Viana, que ficara no banco, foi um dos trunfos para controlar a posse de bola perante uma U. Leiria que pressionou mas sem capacidade para desequilibrar. O internacional português, azarado, acabaria por sair pouco depois, obrigando Domingos a queimar a última substituição.

A segunda melhor defesa do Campeonato não se deixou surpreender e, mesmo com os leirienses a apostar tudo no ataque (Ouattara atirou às malhas laterais de baliza aberta!), os três pontos não escaparam aos vice-líderes, que podem agora assistir, confortavelmente, ao derby de terça-feira, torcendo, seguramente, por uma vitória leonina.