O V. Setúbal foi a Leiria interromper mais uma boa série de jogos da União, que vinha com a moral toda depois dos triunfos gordos sobre o Benfica (3-1) e na Choupana perante o Nacional (4-1). Fê-lo com o mérito do costume, é verdade, defendendo muito e muito bem. Pelo caminho insistiu em mais do mesmo, e voltou a sair sorridente.
Colheu alguma dose de felicidade quando era preciso e aproveitou as raras descidas à área contrária para desferir as estocadas que haveriam de acabar com o adversário. Varela e Carlitos, dois reforços de Inverno encontrados nas prateleiras dos grandes, encarregaram-se de o fazer. Sem assinar uma grande exibição. Com a equipa, aliás.
O resultado, visto de uma forma mais romântica, acaba por ser muito injusto para a U. Leiria. Ainda que a formação de Jorge Jesus tenha estado menos acutilante do que em outras ocasiões, que o esteve, não deixou de ser ela a assumir todas as despesas do jogo e a criar as melhores oportunidades que sobraram para além dos golos.
Falhou, porém, na finalização e com isso deitou quase tudo a perder. O resto foi deitado por uma grande dose de infelicidade - como a bola na barra, por exemplo -, e por uma arbitragem desastrosa. Seria injusto para a formação leiriense não associar o trabalho de António Resende ao resultado final. Porque teve uma influência inultrapassável.
Teve-a sobretudo em graves engano e meio. O engano quando não assinalou grande penalidade por falta de Auri sobre Cadú da Silva. O central tocou mesmo com o joelho na coxa do médio e com isso fê-lo cair. A única dúvida poderia ser sobre se dentro ou fora da área, parece dentro. O meio engano foi quando permitiu que Carlitos marcasse golo vindo de fora-de-jogo. As imagens televisivas dão pelo menos essa ideia, embora não sejam completamente esclarecedoras. Pelo meio destes enganos, o V. Setúbal já tinha marcado aproveitando uma falha incrível de Costinha, o que vinha premiar os melhores quinze minutos iniciais dos sadinos. Depois disso, porém, só deu U. Leiria. Mesmo sem criar oportunidades de golo gigantes em catadupa, a formação leiriense foi sempre chegando à baliza adversária com uma cadência que fazia imaginar o empate. O segundo golo do V. Setúbal, porém, praticamente arrumou a discussão. E com isso deixou os sadinos com a manutenção quase garantida.