A questão dos «third party owners» é cada vez mais relevante no mercado internacional de jogadores e mereceu tema de destaque na mais recente edição da revista oficial para técnicos da UEFA, a «UEFA Technician».

Os «third party owners» são agentes externos a clubes que detenham percentagens de passes de jogadores.

A posição da UEFA é a de se opor totalmente a esta figura, por razões que considera morais ou éticas.

Recentemente, o Comité Executivo da UEFA pronunciou-se claramente contra os «terceiros proprietários» e admitiu a intenção de proibir a sua existência.

A nível nacional, algumas ligas e federações já assumiram também a sua oposição aos «third party owners», embora em muitos países eles ainda possam existir. A intenção da UEFA é a de proibir por completo esta figura.

Ioan Lupescu, chege técnico da UEFA, lança várias questões no editorial da referida publicação: «Qual é o impacto da propriedade de jogadores por parte de terceiros proprietários num balneário? Treinadores de primeira linha aceitarão esta realidade como mais uma parte do seu trabalho e encaram com normalidade receberem chamadas de agentes e representantes a pedir que os seus representados sejam mais bem tratados? Como é que isto afeta o espírito e a preparação de uma equipa, se o objetivos de um determinado «proprietário» são apenas o lucro?»

No mesmo texto, Lupescu vai mais longe e aponta: «Esta falta de transparência pode afetar as relações entre treinadores e jogadores. Outra situação ainda mais prejudicial para o ambienet de trabalho de um treinador pode dar-se se a «terceira parte» trata diretamente sobre os seus representados com a direção. Se uma terceira parte decide quando um jogador pode ser vendido, por quanto e a quem. Estas coisas, inevitavelmente, vão perturbar a relação entre treinador e jogador».

E os jogadores?

E os jogadores? Afinal de contas, é sobre eles que estamos a falar, quando nos referimos a «proprietários». O que pensarão eles sobre isto, como lidarão com os «third party owners»? «Os jogadores também podem deparar-se com situações, por vezes sem o saber, em que decisões sobre o seu futuro passam por agentes externos que não têm interesse real pelo seu desenvolvimento e que tenham como única intenção sacar benefício próprio», avisa Lupescu.



Em março passado, o secretário-geral da UEFA, Gianni Infantino, já tinha sido muito claro, após reunião do Conselho Estratégico do Futebol Profissional: «Não há lugar para os «third party owners» no futebol profissional. Levanta questões éticas e morais que não teriam boa solução».