Vinte e um anos depois, Portugal está na final do Campeonato da Europa de sub-21. E de forma categória, à imagem daquela que tem sido a caminhada da seleção orientada por Rui Jorge até aqui, com um registo elevado agora para catorze jogos consecutivos sem perder. A Alemanha, provavelmente a maior potência futebolística da atualidade, foi goleada nas meias-finais (5-0)!
 
A equipa das quinas fez uma exibição de gala, nomeadamente na primeira parte, até porque ao intervalo já poucos acreditavam que a vitória lhe fugisse. Nem mesmo a indisponibilidade de Tiago Ilori, confirmada poucos minutos antes do apito inicial, abalou Portugal.
 
Com Tobias Figueiredo promovido à titularidade, a equipa lusa assumiu o comando do jogo muito cedo. E se em jogos anteriores faltou alguma acutilância no ataque, desta vez a eficácia foi tremenda, valorizando ainda mais a qualidade evidenciada desde o primeiro jogo na circulação de bola.
 
Na primeira oportunidade ficou logo um aviso sério ao adversário, com Sérgio Oliveira a atirar ao poste (15m). Na ocasião seguinte, dez minutos depois, Portugal marcou mesmo: Bernardo tocou com classe para Ivan Cavaleiro e recebeu depois mais à frente, já na área, para um remate forte de pé esquerdo, entre Ter Stegen e o poste mais próximo.
 
O segundo golo apareceu apenas oito minutos depois, e na sequência de um lance de bola parada. Bernardo cobrou um canto na direita, Paulo Oliveira desviou de cabeça e Ricardo Pereira encostou ao segundo poste.
 
Só depois é que a Alemanha esboçou uma reação, mas José Sá, uma das figuras deste Europeu, mostrou-se novamente muito seguro. Primeiro o guarda-redes luso negou o golo a Kimmich com a perna direita (38m) e depois voou para desviar o remate de Younes (45m).
 
Mas ainda antes do intervalo seria Portugal a marcar de novo, por intermédio de Ivan Cavaleiro, deixando o jogo praticamente sentenciado.
 
Mas se dúvidas ainda persistissem, a equipa das quinas tratou de as arrumar com um quarto golo logo ao minuto 46. Bernardo procurou Ricardo no lado direito da área e este tocou atrasado para o remate de João Mário, que desviou num defesa e traiu Ter Stegen.
 
Gerir sem perder qualidade
 
Rui Jorge já tinha tirado Ivan Cavaleiro ao intervalo (eventualmente devido a alguns problemas físicos apresentados no primeiro tempo), e depois começou realmente a pensar na final. Bernardo Silva cedeu o lugar a Rafa Silva ao minuto 49 e João Cancelo rendeu Raphael Guerreiro aos 64.
 
Os suplentes mostraram também a riqueza de soluções ao dispor de Rui Jorge, e ao minuto 70 a equipa das quinas chegou ao 5-0. João Cancelo cruzou da esquerda e Ricardo Horta antecipou-se a Ter Stegen ao primeiro poste.
 
A Alemanha nunca conseguiu incomodar verdadeiramente José Sá na segunda parte, e ainda acabou jogo reduzida a dez elementos, com Bittencourt, que tinha entrado ao minuto 50, a ver o segundo cartão amarelo aos 74.

Portugal está a um jogo de conquistar um título europeu inédito nos sub-21.