É impossível saber-se se é recorde, mas é seguramente um facto que fica para a história do futebol: no jogo entre o Sp. Covilhã e o Arouca, da Liga de Honra, foi assinalado um penalty aos... 17 segundos. Muitas vezes em destaque pelas piores razões, o árbitro Bruno Paixão volta a ser notícia.

A jogada em causa foi travada entre o guarda-redes Marco e o avançado Bruno Severino. O guardião de 33 anos, que defende as cores do Arouca, falou sobre o insólito com o Maisfutebol e deixou uma certeza: «Se há situação em que a expressão entrar a perder faz sentido, é neste caso».

O lance conta-se em poucas palavras. «Foi mesmo rápido», diz Marco. «Foi bola ao centro, o Covilhã saiu, deu um toque para trás, fez um lançamento longo para a lateral, um jogador deles ganha a bola de cabeça e mete no centro, onde aparece o Bruno Severino isolado à minha frente.»

Arouca vence na Covilhã

Depois, adianta o guarda-redes, não há falta. «Eu saio ao pés do Bruno Severino e ainda toco na bola, mas o árbitro assinala penalty.» A reacção de Marco foi deitar as mãos à cabeça. «Pensei que fosse ser expulso. Se o árbitro assinala penalty, tem de me expulsar. Mas só me deu um amarelo.»

Da marca de onze metros Abdoulaye colocou o Sp. Covilhã a ganhar por 1-0. A reacção do Arouca foi forte, porém. Ainda antes da meia-hora marcou dois golos e deu a volta ao resultado. «Fiquei chateado com o penalty, mas reagimos muito bem, fizemos dois golos e podíamos ter feito mais.»

O lance do penalty não voltou a ser tema de conversa e Marco agora até sorri. Mas continua a insistir que foi mal assinalado. «O próprio árbitro não estava muito seguro. Aquilo foi uma indicação do assistente, mas ele hesitou. Acabou por marcar, mas com dúvidas e por isso só me deu amarelo.»

Certo é que é uma jogada invulgar: um penalty tão madrugador. «Não contei os segundos, mas foi estranho.» Quem se deu ao trabalho, contou 17 segundos. «Felizmente tudo correu bem e ganhámos. Precisávamos da vitória». O Arouca venceu após quatro maus resultados e reentrou na luta pela subida.