* Por Arnaldo Cafofo

Luís Norton de Matos, treinador do U. Madeira, em declarações na conferência de imprensa após o triunfo sobre o Sporting por 1-0:


«Começámos por perder com o Porto por 4-0, empatámos com o Benfica e vencemos o Sporting. Obviamente este foi um jogo trabalhoso. O Sporting foi a equipa que criou mais oportunidades de golo, foi muito pressionante e não nos deu hipóteses de jogar.

Foi um jogo de grande dificuldade, mas de grande atitude e solidariedade. Jogámos com as armas que temos, que são as armas de organização e bom trabalho. Cada jogador trabalhou para este sistema defensivo e aí o Sporting teve dificuldades, mas criou ocasiões. A minha equipa esteve sempre concentrada e à medida que o jogo decorria foi ganhando alma. Como costumo dizer em todos os jogos, por mais dificuldade que se tenha há sempre um momento em que se pode fazer um golo. Num jogo como este é evidente que tivemos uma eficácia extraordinária, mas isso é o futebol: ganha-se por seis perde-se por um. Ainda bem que ganhámos, foi com o Sporting, isto dá alento, dá maior estabilidade e dá uma maior crença aos jogadores. Fechamos o ano com uma vitória, o que é extraordinário.

[Sobre as críticas ao seu trabalho nos últimos tempos]
Senti-me afetado como cidadão com os comentários que foram feitos, sobretudo depois da derrota por seis golos. São coisas privadas, são coisas minhas e isso também vem colidir com aquilo que é o futebol. Ninguém merece isto, fiquei muito triste. Se trabalharmos de cara limpa, procuramos a sorte e ela vem ter connosco e os resultados aparecem. Tenho de passar uma estabilidade aos jogadores. Quando se perde não somos os piores do mundo, mas também quando se ganha não somos os melhores. É um equilíbrio fundamental para conseguirmos os objetivos e o União tem o objetivo de chegar ao final do campeonato na Liga. Temos 14 pontos, não ganhámos nada, mas dá-nos alento. Agora vamos ter umas merecidas férias, pois neste momento, depois de um mês sem folgas, o cansaço mental é grande.

[Sobre se quer continuar a fazer história depois da vitória sobre o Sporting]
«Digamos que esta minha passagem já não se apaga da memória daqueles que sofrem pelo União e para aqueles que acreditam no União. Eu felizmente senti e sinto uma grande solidariedade dos jogadores e de pessoas ligadas ao clube. Por isso estou aqui para fazer parte de uma solução e não para ser um problema.»