A Juventude Vitoriana assume-se como tal, com defeitos e virtudes. Rui Vitória sabe o preço a pagar e avisou o clube para tal realidade. Em Guimarães, escasseia o dinheiro, escasseiam as soluções. O Marítimo tentou aproveitar o cenário para roubar três pontos. Amido Baldé evitou a derrota nos descontos. Com justiça (1-1).

Danilo Dias inaugurou a contagem ao segundo minuto de jogo, Amido Baldé empatou para lá do minuto 90. Pelo meio, muita pressão vitoriana. E igual dose de inexperiência.

João Ribeiro no banco. O único elemento do plantel principal nessa situação, vendo miúdos ao seu lado e outros de início. Em altura de crise, não deixa de ser significativo esse dado. Algo estará mal com o talentoso português.

Rui Vitória depositou confiança em outros elementos, os resistentes do grupo que iniciou a temporada. A reabertura do mercado acentuou o momento de contenção financeira do Vitória, com várias rescisões para diminuir a carga salarial. Sinal dos tempos.

Ainda sobre o tema, foi o V. Guimarães a avançar para os jogos sem policiamento e não têm surgido, por ora, complicações. No D. Afonso Henriques, viam-se poucos adeptos do Marítimo.

Voltando ao onze. Crivellaro, mesmo depois de um golo à Messi na Taça da Liga, ficou de fora. Marco Matias foi a novidade, no lugar de João Ribeiro, reforçando o conceito de Juventude Vitoriana. Preparem as faixas, ela veio para ficar.

O Marítimo, igualmente desfalcado mas em menor escala, aproveitou essa inexperiência para entrar com o pé direito. Literalmente.

Danilo sem pré-aviso

Ao segundo minuto de jogo, Sami surgiu no corredor central e viu uma avenida. Colocou a bola entre os centrais do V. Guimarães, Fidelis demorou a reagir mas Danilo Dias percebeu a jogada e isolou-se, partido de posição regular. O brasileiro contornou Douglas e atirou a contar.

Pedro Martis sorria. O treinador improvisara no setor intermediário, colocando Luis Olim e o jovem Sergio Marakis (português, não se deixe enganar pelo nome) à frente do quarteto defensivo. Danilo Dias, contudo, era o nome a seguir.

Sem o registo goleador da época passada, o brasileiro volta a provar que tem qualidade para muito mais. Criou vários desequilíbrios em zona ofensiva, embora tenha desperdiçado duas ocasiões de forma incrível. Marcou o seu primeiro golo na Liga 2012/13, falhou outro na primeira parte e outro ainda na etapa complementar.

Pelo meio, um Vitória de Guimarães em crescendo. A Juventude Vitoriana tentava, pressionava, ansiava. Aliás, notava-se essa ansiedade em vários movimentos. Em cima do intervalo, lance duvidoso na área do Marítimo: livre de Addy, bola na cabeça de um insular e depois no braço de outro. Penalty? Paulo Baptista achou que não.

Amido Baldé em cima da hora

Rui Vitória manteve as apostas para a etapa complementar, adiando a primeira substituição para o minuto 63. Pedro Matins, por seu turno, perdera Fidelis por lesão, ainda na etapa inicial.

Tremenda posse de bola para o V. Guimarães e alguma falta de profundidade ofensiva. Perigo nos lances de bola parada, um par de remates potentes de Leonel Olímpio e o possante Amido Baldé fazendo pela vida entre os centrais insulares. Não parecia chegar.

A vinte minutos do final, o Marítimo pagou o preço pelo constante recurso à falta. Márcio Rosário viu dois amarelos em igual números de minutos. Ambos bem mostrados. Onze contra dez, pressão acentuada.

O Vitória colocou o prego a fundo, numa corrida contra o tempo mas, sobretudo, contra si mesmo. Faltava clarividência. Amido Baldé ameaçava de cabeça, falhava com pés. Mas conseguiria mesmo marcar pelos ares, afinal a sua especialidade, já em tempo de compensação. Prémio justo. Os adeptos gostaram.