O F.C. Porto-V. Guimarães desta sexta-feira serve de lançamento para as celebrações do 120º aniversário do emblema portista. O adversário, com um nome de respeito, não apresenta porém um registo intimidatório nas visitas aos dragões.

Paulo Fonseca estreou-se no banco do F.C. Porto frente ao clube vimaranense na Supertaça de Portugal e foi feliz. Agora, jogando na cidade Invicta, a equipa de Rui Vitória procurará vingar-se desse resultado e contornar uma tendência histórica.

Os números são interessantes: o Vitória consegue bater F.C. Porto, Benfica e Sporting em Guimarães mas sente dificuldades no reduto azul e branco, superiores às colocadas por águias e leões como equipas visitadas.

Assim, em 73 F.C. Porto-V. Guimarães nas competições nacionais, o emblema minhoto conseguiu apenas três vitórias (catorze empates). Em 76 visitas à Luz, venceu por seis vezes (oito empates), conseguindo ainda sete triunfos (onze empates) nas deslocações a Alvalade. Diferença clara.

Os registos históricos demonstram que o Vitória canta menos Vitória no Porto.

Os empates, ainda assim, servem de atenuante neste quadro peculiar. Jogando no D. Afonso Henriques, a história é outra e ninguém sai ileso entre os grandes. 19 triunfos frente ao F.C. Porto, igual número frente ao Benfica e 16 nas receções ao Sporting.

A comparação serve apenas para reforçar a importância do fator casa para os dragões nesta visita do V. Guimarães. Os azuis e brancos costumam proteger a baliza com tranquilidade.

Por serem exceções num registo de 73 duelos, o Maisfutebol recupera as três vitórias minhotas no recinto portista. Neste caso, no Estádio das Antas. Desde a mudança do F.C. Porto para o Dragão, apenas um empate a zero, em 2004/05, com José Couceiro no banco, na época pós-Mourinho.

F.C. Porto-V. Guimarães, 2-3 (1995/96)

32ª jornada. O F.C. Porto já é bicampeão nacional, a caminho do penta. O triunfo do Vitória não muda nada. Edmilson marcou primeiro mas Edinho empatou e João Pinto foi expulso, antes da meia-hora. Ricardo Lopes foi o segundo para os homens de Guimarães, Quinzinho agradeceu a titularidade e fez o 2-2 ainda antes do intervalo. Domingos, o melhor marcador do campeonato, estava no banco. Zahovic, então no Vitória, resolveu ao minuto 83. O F.C. Porto ficara privado de Bobby Robson nos primeiros meses, por doença, mas Inácio conduziu bem a equipa. Pelo meio, Vitor Baía lesionou-se e a baliza tremeu, mas a vantagem era suficiente para o título. O V. Guimarães terminou em quinto.

F.C. Porto-V. Guimarães, 1-2 (1972/73)

8ª jornada. O F.C. Porto procura recuperar alguma estabilidade com Fernando Riera no comando técnico, após o quinto lugar da época anterior. Os dragões eliminam o Barcelona na Taça UEFA com duas vitórias mas não tem grandes motivos para sorrir até final da época. O Sporting vence nas Antas, logo à primeira jornada, e o V. Guimarães faz o mesmo, a 29 de outubro de 1972. Custódio Pinto e Jorge Gonçalves traçam o destino, Valdemar reduz já perto do final. O F.C. Porto termina na quarta posição, o Vitória no sexto lugar.

F.C. Porto-V. Guimarães, 1-2 (1971/72)

Não é engano. Em sete meses, dois triunfos do Vitória nas Antas. O primeiro foi em março de 1972, na 23ª jornada do campeonato. Jorge Gonçalves, o Portuga, bisa e opera a reviravolta após um golo de Flávio para o F.C. Porto. Américo de Sá entrada para a presidência do clube portista no início do ano. Foram quatro treinadores para um quinto lugar no final da competição. O V. Guimarães, orientado por Mário Wilson, ficou na sexta posição, a apenas três pontos dos dragões.