O Benfica respondeu com uma exibição medíocre, mas extremamente eficaz, no Bonfim, às palavras amargas de Luís Filipe Vieira da véspera. Depois de uma primeira parte sem um único remate à baliza de Kieszek, a equipa de Jorge Jesus, de volta ao banco, marcou dois golos em três remates na segunda parte, o segundo de grande penalidade. O clube da Luz segue de braço dado com o FC Porto na classificação, mas não se conseguiu libertar do «sabor amargo» impregnado na mensagem de Natal do seu presidente.

Confira a FICHA DO JOGO

As férias de Natal estavam marcadas para depois do final do jogo, mas, a julgar pelo que se viu na primeira parte, os jogadores do Benfica anteciparam-se e foram mais cedo, pelo menos em espírito. Uma primeira parte que mais pareceu um jogo de pré-época, sem ritmo, sem uma jogada de registo, sem um único remate.

O Vitória, sempre com mais sangue na guelra, ocupou muito bem os espaços, com três jogadores na zona central e os extremos a ajudar fechar os flancos, montando uma teia que o Benfica nunca se conseguiu libertar. Jorge Jesus, de volta ao banco, voltou a apostar num esquema em 4x4x2, com Enzo Pérez e Nico Gaitán bem abertos nas alas, Matic e Fejsa no centro, mas sem ninguém para pegar no jogo.

O Vitória fechava todos os caminhos e mantinha sempre uma intensa pressão sobre a bola até a recuperar. Depois saía em rápidos contra-ataques e até esteve perto de marcar, com Ricardo Horta a libertar Miguel Pedro que encheu o pé. Luisão ofereceu o corpo às balas e permitiu que Oblak, tal como Kieszek, chegasse ao intervalo sem fazer uma única defesa.

Jorge Jesus, estranhamento calmo no regresso ao banco, não podia estar satisfeito e a verdade é que lançou Sulejmani no início da segunda parte, prescindindo de Fejsa. O jogo do Benfica melhorou ligeiramente, Gaitán fez o primeiro remate, aos 51 minutos, e, na segunda investida, Rodrigo marcou mesmo, com um desvio de cabeça a cruzamento de Gaitán. Dois remates um golo.

O Benfica não estava com muita vontade, mas pelo menos revelava eficácia. Logo a seguir, o Benfica deixou esmorecer a chama, o Vitória ameaçou o empate, com dois remates de Tibá, mas um corte infeliz de Dani com o braço, na sequência de um canto de Sulejmani, permitiu à equipa de Jesus reforçar a vantagem, desde a marca dos onze metros, por Lima. Três remates, dois golos. Estava feito.

Um segundo golo que bateu fundo no Vitória que, já com Bruno Sabino em campo, arriscava tudo na procura do empate. Com dois golos no bolso, o Benfica voltou a arrastar o seu jogo, agora com mais gente no meio-campo, com Ruben Amorim a render Rodrigo e um Vitória já sem fôlego para continuar a lutar.

Não há memória do Benfica ter feito tão pouco para vencer um jogo.