Reyes
Enquanto Reyes esteve em campo (saiu aos 58 minutos, com o Benfica a vencer já por 3-0), o futebol foi mais bonito, teve princípio, meio e fim, e a atenção de todos. O (pouco) espectáculo perdeu-se com a sua saída, ainda que o marcador não tenha parado. É certo que Michel, lateral direito de raiz, não ofereceu qualquer resistência no lado oposto, mas o efeito era o mesmo se o espanhol se deparasse com dois ou três adversários. Foi o que aconteceu no primeiro golo, aos 25 minutos, quando forçou a entrada na área, colocando em Sidnei, que cruzou para desvio de cabeça de Nuno Gomes. Foi, também, na sequência de mais um rápido contra-ataque de Reyes que os encarnados chegaram ao terceiro golo, com a bola a chegar a Cardozo, que não desperdiçou. Esteve perto de fazer o gosto ao pé, com remates colocados e directos à baliza de Kieszeck, mas não teve a sorte dos companheiros.
Cardozo
Marcou dois golos, esteve perto do hat trick e já soma 11 na contabilidade do campeonato, menos um que Liedson (Sporting) e sete que Nené (Nacional). No Bonfim mostrou sentido de oportunidade, próprio dos goleadores, como, afinal, tem sabido ser, mesmo quando não é primeira escolha. Aos 27 minutos, respondeu a um livre de Carlos Martins com eficácia, aos 45 não perdeu tempo em pensar o que fazer com a oferta de Reyes. No meio disto tudo e, quando podia resguardar-se mais em termos físicos, continuou a correr, a procurar jogo e a criá-lo. Um exemplo até ao apito final.
Nuno Gomes
Não fez uma grande exibição, mas marcou dois golos numa altura em que o Benfica está pressionado a vencer, e o tento inaugural é digno de rever. É o segundo melhor marcador dos encarnados, com sete golos, igualando Wesley (ex-P. Ferreira) e Farías (F.C. Porto). No seu segundo golo, o último dos encarnados, aos 70 minutos, só teve de empurrar e, nos tempos que correm, já é trabalho suficiente.
Filipe Brigues
O júnior do Vitória entrou aos 46 minutos para a saída de Hugo e não podia tê-lo feito de forma mais determinada. O jovem defesa direito jogou mais avançado e foi um bico de obra para David Luiz, que raramente o conseguiu travar. Aos 59 minutos, numa das poucas jogadas dignas de ver do Vitória, recebeu com o pé direito um cruzamento de Bruno Gama e atirou-o ferozmente à baliza de Quim, que só teve tempo de ver a bola passar ao lado do poste esquerdo. Aos 67, o guarda-redes encarnado pôde brilhar, defendendo uma bomba deste habitual titular dos juniores.
Michel
Incompreensível esta opção de Carlos Cardoso, ao colocar um defesa direito sem pé esquerdo ou experiência naquela lateral frente ao Benfica. Tinha Anderson no banco, central habituado a jogar na esquerda, mas preferiu Michel, que não soube/podia dar conta do recado.