A história do jogo começa e acaba na falta de bom senso de Amoreirinha. O Benfica não se importou e goleou no Bonfim (0-5), terminando o encontro em ritmo de treino e mesmo assim ameaçando um resultado ainda mais expressivo. Salvio foi tudo os que encarnados dele esperam, Rodrigo parece querer voltar a crescer novamente para o patamar que já atingiu na última temporada. E Melgarejo desta vez não será tema: fez tudo simples e não complicou o que era fácil à partida. Jesus toca pela primeira vez na liderança da Liga.
Já o dissemos: entreguem a conta a Amoreirinha! Aos oito minutos, já com o Benfica em cima da defesa do Vitória, o defesa sadino entrou com tudo sobre Melgarejo e o árbitro não teve outro remédio que não expulsá-lo, abrindo caminho para uma vitória fácil dos encarnados. Encontraria a redenção o paraguaio - tão criticado durante a semana pelos dois golos do Sporting de Braga na Luz -, poucos metros à frente e quatro minutos depois, no passe para o primeiro golo dos encarnados no Bonfim, por Rodrigo. O lateral foi descoberto por Enzo Pérez, hoje titular, ligeiramente adiantado, e fez o cruzamento perfeito para o espanhol só ter de empurrar para as redes.
Com o flanco direito a carburar muito bem, por culpa de um Salvio diabólico e por também por aí caírem duas unidades em bom plano - Maxi Pereira e Rodrigo, que se assenhorava de praticamente todo o espaço nas costas de Cardozo -, o Benfica aumentou para 0-2 à passagem da meia-hora. Antes, já Salvio dera o tom. O argentino teve um momento genial, ao passar por três adversários antes de o cruzamento ser bloqueado por Caleb. Rodrigo, numa das suas muitas movimentações, recebeu a bola de Maxi na direita, sentou dois defesas e cruzou em ponto de rebuçado para Cardozo. O paraguaio acertou no guarda-redes, que, com a aflição de tirar a bola da zona de recarga do ponta de lança, colocou-a na diagonal de Salvio. E logo na dele...
O Vitória vivia de poucas, mas boas iniciativas de Bruno Gallo e Miguel Pedro, que depois de uma boa abertura de Nélson Pedroso, aos 34 minutos, criaram a melhor jogada sadina na primeira parte. Cruzamento da esquerda do primeiro a apontar para o poste mais próximo, onde Garay, em voo, anulou o cabeceamento do segundo.
Seria o Benfica, no entanto, a marcar mais um. Posse de bola, trocas lentas até ao meio-campo, à espera que Witsel, Rodrigo ou Salvio aparecessem entre linhas e criassem nova jogada de perigo. Depois de mais umas ameaças do ex-colchonero, o terceiro golo surgiria já no último fôlego do primeiro tempo. Maxi combinou com Rodrigo, e Salvio arrancou de forma decidida para a baliza contrária. A finalização não foi perfeita, encaixou em Caleb, mas a bola ressaltou do australiano para Enzo Pérez, que atirou para as redes. Com 0-3 e menos um em campo, o Vitória de Setúbal estava KO.
O Benfica voltou para o segundo tempo com o mesmo ritmo e, sobretudo, com a mesma concentração. Esteve várias vezes perto do 0-4, e chegou a festejá-lo duas vezes, antes do tempo, depois de Rodrigo (54) e Enzo Pérez (57) terem beneficiado de irregularidades para introduzir a bola na baliza. Acabou mesmo por consegui-lo aos 66 minutos, numa jogada em que disseram «presente» os três suplentes utilizados por Jesus: Carlos Martins cruzou da esquerda, Aimar amorteceu e Nolito rematou para um frango monumental de Caleb. Nessa altura, já o treinador dos encarnados tinha dado descanso a Javi García, Cardozo e Enzo Pérez e experimentava Rodrigo a 9. O golo acalmou de vez os ânimos nas bancadas, que chegaram a protestar veemente todas as jogadas desde a expulsão de Amoreirinha.
O 0-5 surgiu aos 81 minutos, numa altura em que os avançados do Benfica já se recriavam. Arte de Aimar na segunda assistência da noite, finalização perfeita de Rodrigo, em chapéu, para o bis e para o ponto final na noite de pesadelo dos sadinos.
Benfica
26 ago 2012, 22:13
V. Setúbal-Benfica, 0-5 (crónica)
Salvio e Rodrigo no pesadelo sadino no Bonfim, depois da falta de bom senso de Amoreirinha.
Salvio e Rodrigo no pesadelo sadino no Bonfim, depois da falta de bom senso de Amoreirinha.
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