Quem tudo quer também ganha. O V. Setúbal bateu o Nacional por 2-1, depois de 90 minutos de luta total por objectivos tão distintos como a manutenção e a Liga Europa. Ambos disputaram o melhor resultado, mas só a equipa da casa foi capaz de consegui-lo, num jogo que teve tanto de desacerto junto à baliza de Bracalli como de determinação. Foi a segunda vitória consecutiva dos sadinos e a terceira derrota seguida do Nacional.
O que quer que acontecesse no Bonfim, nem o V. Setúbal desceria à zona de despromoção (tinha cinco pontos de vantagem sobre o penúltimo classificado) nem o Nacional subiria aos lugares europeus (estava a sete pontos do quinto posto), mas os resultados dos adversários directos só permitiam uma abordagem: a conquista dos três pontos.
O Leixões venceu, o Olhanense idem, mas o Vitória também e continua a depender de si para garantir a permanência. O Nacional perdeu terreno na frente europeia e resta-lhe o conforto da matemática para continuar a acreditar.
Com mais de 11 mil adeptos nas bancadas, a melhor casa desde a recepção ao Benfica, o Vitória teve o empurrão que tanto desejava. Foram eles quem mais sofreram e muito por culpa de Keita, gestor das emoções do princípio ao fim.
O avançado senegalês, o melhor marcador da equipa, agora com oito golos, assistiu Neca no empate, aos 54 minutos, e assinou a vitória já no segundo minuto de compensação. Mas no antes e pelo meio, desperdiçou oportunidades inacreditáveis.
Sem Djikiné, ausência de vulto no meio-campo, os eleitos de Manuel Fernandes não acusaram a baixa, tal como o Nacional soube jogar de peito feito, mesmo com nove indisponíveis no plantel, oito por lesão e um castigado.
O Vitória entrou melhor, com Keita, Hélder Barbosa e Kaz a surgirem sempre bem posicionados na área contrária, mas sem sucesso como aconteceu com o senegalês logo aos sete minutos, que não acertou na baliza com Bracalli já batido.
Contra a corrente inicial, o Nacional colocou-se na frente aos dez minutos, através de Pecnik, na marcação de um livre directo por João Aurélio. O esloveno atirou-se de cabeça ao golo, a defesa sadina pensou que estivesse em fora-de-jogo, mas não estava.
O Vitória esmoreceu durante uns minutos, recuperou a crença, mas continuou perdulário. Mesmo na segunda parte.
Keita decide
Tudo mudou, porém, aos 54 minutos. Numa arrancada de Keita pela esquerda, o cruzamento foi para Neca, que, beneficiando do ressalto da bola, atirou para o empate, com a defesa do Nacional a ficar mal vista no lance.
A partir desse momento, o Vitória não mais perdeu o domínio do jogo e não só soube resistir ao Nacional como contrariar a falta de eficácia que teimava em revelar-se.
Keita voltou a falhar aos 62 minutos, desta feita com mérito para Bracalli, e a caminho do fim deixou fugir a bola numa oportunidade incrível. Quando os adeptos desesperavam já na bancada com tamanho desacerto, Keita respondeu com a vitória no segundo minuto de descontos. Um final feliz e merecido.
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