O Vitória somou a primeira vitória no Bonfim, inaugurou finalmente o marcador do seu estádio e infligiu a primeira derrota ao até então imbatível P. Ferreira. Há mais de seis meses que a equipa sadina não ganhava em casa, há 515 minutos que não marcava e ainda puxou dos galões de ser uma das melhores defesas da prova ao defender uma grande penalidade. Bom jogo no fecho da sexta jornada, com muitas oportunidades, muitas defesas, um frango, duas bolas ao poste, um penalty assinalado e defendido, e a confirmação que na Liga portuguesa não são só os grandes que dão espectáculo.



Frente ao quinto melhor ataque da prova, Manuel Fernandes repetiu o onze da semana passada com uma única alteração, a entrada de Neca para a saída de Anderson do Ó. Miguelito recuou para a lateral esquerda, Neca posicionou-se no miolo e Zé Pedro na esquerda do meio-campo. Pitbull e Henrique na frente, com a missão de marcar o primeiro golo no Bonfim. Já Rui Vitória devolveu a baliza a Cássio e trocou Bruno di Paula por David Simão.

O Vitória demorou a aquecer, o Paços entrou já rodado, mas foi o Vitória quem começou por criar perigo, com Neca a falhar um cabeceamento à baliza de Cássio, logo aos nove minutos. Por esta altura, o P. Ferreira sofria a primeira baixa no plantel, com Caetano a lesionar-se no braço esquerdo, entrando Pizzi para o seu lugar.

O futebol mais fluído e organizado do Paços encontrou em Diego o principal opositor, mas o Vitória acabou por lutar como um todo pelo melhor resultado.

A meio da primeira parte, três grandes oportunidades, Cássio brilhou na primeira (remate de Miguelito), Diego na segunda (boa jogada de Pizzi) e o acaso evitou que a bola entrasse na baliza pacense após um chapéu de Ney Santos. Estavam decorridos 22 minutos e o jogo não podia estar melhor.

Por acaso não foi o golo do Vitória, um autêntico frango de Cássio, também conhecido por «efeito Jabulani», ao deixar passar a bola entre as mãos a um remate mediano de Pitbull.

Pouco depois o Vitória teve de prescindir de Neca, também lesionado, entrando Sassá para o seu lugar, a dez minutos do intervalo.

Até ao apito para descanso, um verdadeiro espectáculo de futebol no relvado do Bonfim, com momentos para arrepiar, como a bola ao poste de Leonel Olímpio, para sorrir, caso da grande penalidade assinalada a Ney, por falta inexistente sobre Pizzi, e para admirar, como as defesas de Diego.

Três grandes intervenções do guarda-redes do Vitória em apenas um minuto: adivinhou a direcção do remate de David Simão no castigo máximo, negou a recarga a Pizzi e voltaria a defender uma bomba de Pizzi uns segundos depois.

Menos espectáculo, a mesma emoção

Até ao intervalo, ninguém daria por mal empregue a deslocação até ao Bonfim numa segunda-feira de Outono.

Depois de uma excelente primeira parte seria de esperar uma segunda igualmente intensa e até foi, mas noutra perspectiva. Mais faltas, muitas vezes o jogo parado, o árbitro demasiado em evidência, a expulsão de Pitbull, que terá agredido Cohene, e o Vitória a lutar pelos três pontos com menos um jogador em campo e mais coração que cabeça.

Não foi por isso de estranhar que uma das melhores oportunidades tenha sido do Paços, aos 73 minutos, com Pizzi a obrigar, uma vez mais, Diego a defender para a frente e na recarga Collin a evitar que Nelson Oliveira fizesse o empate.

O mesmo lateral francês, que Ney relegou para o banco, atirou ao poste a seis minutos do fim. O Paços não desistiu, David Simão ainda atirou uma bomba, mas quis o destino que fosse uma noite de quebra de registos.