O Nacional fez história em Melgaço e apurou-se pela primeira vez para as meias-finais da Taça de Portugal. Fê-lo à custa de um Valdevez que resistiu como um herói até ao desempate por grandes penalidades. Nessa altura a equipa acusou a falta de experiência. Em quatro penalties, só conseguiu marcar um. Merece todos os aplausos, porém.
A formação minhota demorou a entrar em jogo, mas quando o fez mostrou que tinha vindo para ficar. Os primeiros minutos tinham sido do Nacional. A formação de Manuel Machado aproveitou algum embaraço inicial doValdevez, pouco habituado a este mediatismo, e instalou-se no meio-campo adversário. Mas apenas isso, em boa verdade.
O Nacional tinha o controlo do jogo, mas pouco fazia com isso. Um cabeceamento de Maicon, em excelente posição, para defesa de Hugo Ferreira foi o melhor que conseguiu fazer. A partir da meia-hora, então sim o Valdevez cresceu no jogo. Deixou de defender apenas e estendeu o futebol no campo. Num remate de Léo Souza quase marcou.
Os golos vieram logo a seguir. Primeiro para o Nacional, num erro de Hugo Ferreira, que tentou sair a jogar, passou a bola a Carlos Miguel em circunstâncias difíceis. O trinco perdeu a bola, Ruben Micael isolou Mateus e o angolano marcou. Pouco depois, Léo Souza trabalhou bem na direita e fez um passe tenso para Diego fazer o empate.
Mais Valdevez, enquanto durou...
Faltavam dois minutos para o empate nessa altura e aquele golo era o melhor que o Valdevez podia pedir. Era justo, mas era também o melhor que podia pedir. A equipa partiu então para a segunda parte com a moral toda e durante meia-hora foi bem melhor do que o adversário. Rafael, Léo Souza (duas vezes) e David ameaçaram Bracalli.
A partir dos 70 minutos, a formação da II Divisão acusou o grande esforço realizado. Então veio ao de cima a maior capacidade física do Nacional. A equipa madeirense teve o controlo do jogo, quase marcou por Nené e marcou mesmo por Mateus, mas em fora-de-jogo. A melhor ocasião, porém, foi do Valdevez, num remate de Cara à trave.
O prolongamento apenas veio confirmar as expectativas lançadas nos minutos finais do tempo regulamentar: a formação minhota já tinha dado tudo o que tinha. Nessa altura percebeu-se que só o Nacional podia marcar. Os madeirenses ameaçaram uma, duas e três vezes. Até atiraram à trave. Não marcaram de bola corrida, marcaram de penalty.
Ficha de jogo:
Complexo Desportivo de Melgaço, em Melgaço
Espectadores: cerca de 1200
Árbitro: Vasco Santos (Porto)
Assistentes: José Cardinal e Joaquim Freitas
Quarto árbitro: Ivan Vigário
VALDEVEZ: Hugo Ferreira; Cara, Edson, Pedro Maciel e Sérgio; Carlos Miguel, Diego (Nandinho, 101m) e Amaral; Rafael (Allan, 87m), Léo Souza e David (Telmo, 77m).
Suplentes não utilizados: Vítor Nuno, Bruno Sousa, Tiba e Cássio.
Treinador: Manuel Machado
NACIONAL: Bracalli; Patacas, Maicon, Felipe Lopes e Nuno Pinto (Miguel Fidalgo, 46m); Edson (Bruno Amaro, 67m), Luis Alberto (Cléber, 89m) e Alonso; Ruben Micael; Mateus e Nené.
Suplentes não utilizados: Douglas, Igor Pita, Duje Cop e Leandro Salino.
Treinador: Micael Sequeira
GOLOS: Mateus (37m), Diego (43m).
Grandes penalidades: marcaram Mateus, Sérgio, Miguel Fidalgo e Nené. Falharam Léo Souza, Bruno Amaro, Telmo e Allan.
Disciplina: Cartão amarelo a Nené (30m), Maicon (63m), Amaral (96m), Hugo Ferreira (117m) e Felipe Lopes (120m).