Luís Filipe Vieira concedeu esta quinta-feira uma entrevista ao site oficial do Benfica na qual abordou pela primeira vez a exclusão do F.C. Porto da Liga dos Campeões. O presidente encarnado não desmentiu de resto que se empenhou para que este fosse o fim da decisão da UEFA. «O Benfica fez, como sempre, o que tinha de fazer», garantiu.
Se a UEFA confirmar a exclusão do F.C. Porto, Vieira frisa que o Benfica vai só fazer uso de um direito que lhe assiste. «Não foi um direito conquistado pelo Benfica fora de campo, mas sim um direito perdido pelo F.C. Porto por tentar ganhar fora de campo. E não sou eu que o digo. São os tribunais e os órgãos jurisdicionais desportivos».
«Trabalhamos para ter bons jogadores, uma boa equipa, que possibilite vitórias. Não somos responsáveis por nenhum dos factos apurados. Não vi ninguém até hoje contestar a veracidade das escutas telefónicas. Vejo, isso sim, muita gente preocupada em evitar que essas escutas sejam usadas ou admitidas como meio de prova», adiantou.
O presidente encarnado não aceita, de resto, que se coloque a ênfase no facto das escutas serem irregulares. «Há muitos outros constitucionalistas que defendem o contrário. É tão óbvio que a defesa de algumas pessoas está alicerçada na não admissão da prova em vez de, como devia, estar fundamentada na contestação da prova».
Pelo meio criticou Gilberto Madaíl pelas últimas declarações. «Senti-o empenhado em contestar o Comité de Disciplina da UEFA, o que não deixa de ser curioso sendo ele membro do Comité Executivo da UEFA. A imagem do futebol português defende-se punindo exemplarmente quem viola as regras e põe em causa a verdade desportiva».
«O presidente da federação é responsável por assegurar que o futebol português seja jogado com ética e transparência e deve assegurar perante os portugueses que os comportamentos que se viveram não se voltem a repetir. Aliás, não deixa de ser sintomático que a UEFA já tenha vindo a público contestar as declarações de Madaíl».