Há curiosidades que teimam em repetir-se: as conversas de treinadores portugueses em Inglaterra à volta de vinhos, por exemplo. Mourinho brincou com isso no Chelsea e deu fama aos vinhos nacionais, agora um adepto do Tottenham aproveitou para ter a mesma conversa com Villas-Boas.

Aconteceu durante uma entrevista via twitter do clube e a pergunta começou com um insuspeito «você parecer ser apreciador de vinhos». O treinador admitiu que sim e revelou qual é o vinho preferido. Como curiosidade, refira-se que não tem nada a ver com o vinho favorito de Mourinho.

Mourinho, recorde-se, aproveitou um encontro com Ferguson para dizer que o vinho que o escocês lhe oferecera era muito mau e prometer levar um bom vinho português: levou um Quinta do Vallado, tinto, do Douro. O impacto foi tão bom que marca se tornou fornecedor oficial do Chelsea.

Villas-Boas tem outros gostos. «Há muitos vinhos de qualidade superior, mas o que eu mais aprecio é o Chateau Phelan Segur 1986», disse, referindo-se a um tinto de Bordéus que só é produzido em anos espeicais. «Tiro satisfação não só do vinho, mas também do ambiente e da companhia.»

A conversa com os adeptos passou por outros temas: por exemplo Bobby Robson. «Não trabalhei com ele, mas dei-lhe uma mão em estatísticas que fazia e relatórios de jogadores. Foi uma grande, grande experiência. É muito pouco normal uma pessoa com o estatuto dele dar a mão a um miúdo.»

Pelo meio o treinador garantiu que o melhor momento que viveu no Tottenham foi a vitória em Old Trafford, sobre o Manchester United. «Foi especial para toda a gente aqui no clube, jogadores, treinadores e adeptos», disse, ele que garantiu ter encontrado no Tottenham uma verdadeira família.

«É um grupo de pessoas tremendo. É importante estar-se positivo e nós temos feito isso desde que eu cheguei. Têm sido cinco meses muito entusiasmantes. Londres é uma cidade tremenda, muito cosmopolita, e eu sinto-me em casa na cultura inglesa, talvez devido aos meus antepassados.»

Por fim, Villas-Boas falou da experiência nas Ilhas Virgem. «Não as treinei, fui contratado como coordenador do futebol juvenil e depois fui promovido a diretor técnico, com o objetivo de desenvolver o futebol local e estar muito próximo da seleção principal», explicou Villas-Boas.

O treinador admitiu que o objetivo era colocar a seleção das Ilhas Virgens Britânicas na fase de grupos do apuramento para o Mundial 2002. «Mas tivemos de defrontar as Bermudas, que tinha três jogadores profissionais», lamenta. «Foi porém uma excelente experiência pessoal e desportiva.»