João Aroso, que vai comandar o Vitória de Guimarães até à chegada do brasileiro Paulo Turra, manifestou-se «surpreendido» com a saída de Moreno, técnico do qual era adjunto, no decorrer da conferência de imprensa de antevisão do embate com o Gil Vicente, relativo à segunda jornada da Liga.

O técnico de 50 anos vai, assim, estrear-se como treinador principal em jogos do primeiro escalão no jogo de sábado (15h30) frente à equipa de Barcelos, depois de Nandinho ter anunciado a sua saída logo após o triunfo na primeira ronda, frente ao Estrela da Amadora (1-0).

«Não tenho de perceber ou de deixar de perceber. Respeito [a decisão]. Sabemos como era duro para ele nos momentos difíceis. Se fiquei surpreendido? Honestamente fiquei. Só tive conhecimento da decisão depois do jogo [com o Estrela da Amadora] acabar», contou João Arosa em conferência de imprensa.

O treinador agradeceu ainda o convite que Moreno lhe endereçou há mais de um ano para «o ajudar na tarefa» de orientar o clube minhoto e disse encarar o primeiro embate como treinador principal na Liga com «a maior naturalidade possível».

O treinador interino lembrou que a preparação do treino, a preparação do jogo e a avaliação do jogo sempre foram «muito partilhadas» por todos os elementos da equipa técnica, princípio que tentou manter ao longo da semana. «A diferença é que, desta vez, não estava cá o Moreno. Coube-me o papel de liderança, mas disse aos jogadores que a liderança era de todos os elementos da equipa técnica», especificou.

Na sequência da eliminação da Liga Conferência face aos eslovenos do Celje, na segunda pré-eliminatória, e da saída de Moreno, o plantel deixou a Amadora com «a sensação de que tinha perdido», apesar de ter ganhado o jogo, e procurou recuperar ao longo da semana, sobretudo «no aspeto mental», acrescentou.

«Como acontece depois as derrotas, as coisas foram evoluindo em termos anímicos. Sentimos o grupo preparado, unido e com muita vontade de fazer tudo para vencer o jogo», vincou.

O treinador considerou ainda que o Gil Vicente, treinado por Vítor Campelos, é «uma equipa boa», com «dinâmicas semelhantes» às que o treinador apresentava no Desportivo de Chaves em 2022/23, «a nível de estrutura tática e de dinâmicas ofensivas e defensivas», e reconheceu que a goleada sobre o Portimonense (5-0), a abrir o campeonato, lhe pode «dar confiança».

«Temos de perceber o que temos de fazer quando temos a bola, percebendo os espaços a explorar, e de perceber o que fazer quando não temos a bola, bloqueando aquilo em que o Gil Vicente é mais perigoso», comentou.

João Aroso referiu ainda que «não vai ser sempre possível» jogar um futebol ao gosto dos adeptos vitorianos, tendo-lhes pedido «apoio durante o jogo todo», e recusou esclarecer se pode continuar como treinador da equipa, após ter assumido o cargo de forma provisória.