Minuto 62 do Nacional-FC Porto: Manuel Machado lançou Wagner numa altura em precisava de correr atrás do resultado. O brasileiro demorou breves instantes a responder afirmativamente, tirando ao FC Porto a oportunidade de sair da Choupana com a vista para o primeiro lugar ainda mais clara.

Olhar para o golo de Wagner de forma isolada retira-lhe amplitude e não se lhe reconhece a devida importância nas contas finais da jornada. Resta, por isso, enquadrar toda a problemática e descrever a dinâmica que animou a 26.ª jornada.

Minutos antes do apito inicial na Madeira, o Benfica tombou em Vila do Conde abrindo, pela primeira vez em cinco jornadas, a porta a um encurtar de distâncias no topo da tabela classificativa.

Na pior das hipóteses as águias podiam ficar com apenas um ponto à maior sobre o FC Porto, a quatro rondas do clássico da Luz, conferindo aos dragões a oportunidade se alimentarem com um suplemento motivacional para a ponta final da competição.

E tudo parecia encaminhado para a concretização das pretensões azuis e brancas. Mais FC Porto na primeira parte da Choupana que terminou com um tiraço de Tello que só parou no fundo da baliza do Nacional.

Os dragões regressavam aos balneários na frente, não sofriam golos há sete jornadas e, como se não bastasse, os madeirenses estavam privados de duas das unidades mais influentes no processo ofensivo: Tiago Rodrigues e Marco Matias.

Parecia um mar de rosas, mas não foi. Manuel Machado soube ler o que o jogo lhe pedia e lançou a velocidade de Wagner, numa altura em que havia imenso espaço para as transições que são uma espécie de assinatura dos insulares.

O brasileiro demorou, apenas, cinco minutos até confirmar a igualdade que subtraiu dois pontos à equipa de Julen Lopetegui e acrescentou um para o Nacional, impedindo os madeirenses de viajarem até ao Estádio da Luz com o peso de duas derrotas consecutivas nos ombros.

E não fosse a forma algo estranha como Lucas João finalizou outra transição alvinegra e o desfecho teria sido bem pior.

Acabou por ser um mal menor para o FC Porto que, ainda assim, saiu da Choupana a depender só de si para chegar ao tão ambicionado primeiro lugar.