A Suécia é adversária de Portugal no play-off para o Mundial 2014. A derrota com a Alemanha deixou-a de fora dos cabeça de série no sorteio de segunda-feira. Mas uma outra história se escreveu no jogo com os germânicos. A história de Max e de Kim. Kim Källström, internacional daquele país, médio do Spartak Moscovo.

Onze crianças com o síndrome de Williams, que tem traços semelhantes ao autismo, entraram em campo de mão dada com a equipa sueca. Para Max, entrar de mão dada a Källström tornou-se num momento único (duas primeiras fotos a partir da esquerda).

Pessoas com o síndrome de Williams sofrem de grande ansiedade e desenvolvem fobias. Por isso, Max passou tempo «a treinar», como conta a imprensa nórdica, para chegar àquele momento.

O miúdo estaria nervoso, mas Kim Källström abraçou-o, falou com ele. Acalmou-o.

O pai de Max escreveu uma carta dirigida ao internacional sueco e que, entretanto, foi publicada.

«Por causa dos teus gestos, Kim, o meu filho foi capaz de experimentar exatamente os mesmos sentimentos que qualquer outra pessoa: orgulho, uma sensação de ser especial. “Consegui” e “alegria”foram palavras que ele usou para descrever o momento», contou o progenitor.

«Escrevo-te porque não tenho a certeza se tens noção da diferença que fizeste para nós. Na terça-feira, o meu filho fez algo de muito especial. Para outras crianças, são apenas 15 minutos de concentração e nervosismo assim como uma alegria imensa de poder conhecer alguém da seleção nacional», acrescentou Emil, pai de Max.

Colocado perante a história, Källström respondeu através dos jornais: «Obviamente, estou satisfeito pelo facto de o pai do Max ter apreciado o que eu fiz durante a entrada no jogo, mas o que é mais gratificante, apesar de Max estar nervoso no túnel, é que juntos tornámos a situação numa experiência positiva.»

O internacional sueco explicou depois que «numa situação como esta» tenta «agir como um vizinho e pai, mais do que o futebolista» que é. «Percebo que tenho uma responsabilidade para com os pais, que, provavelmente, estão apreensivos por terem de ficar na bancada e verem as crianças entrarem connosco. Tento ser sereno e confortá-los, para que os miúdos possam desfrutar», concluiu.