Depois de um resultado 8-1, como o deste Benfica-V. Setúbal, a pergunta faz sentido: o vencedor foi forte ou o evidente vencido esteve mal de mais?
A pergunta é boa, mas é capaz de estar mal construída. O ou é dispensável.
Neste caso, o Benfica foi forte e o Vitória de Setúbal demonstrou ser fraco de mais.
O Benfica provou o que já se sabia. Este ano, se o deixarem jogar, sabe como fazê-lo. É muito forte nas bolas paradas, pressiona bem e tem várias soluções. Este foi o momento em que tal se tornou mais exuberante, mas não se pode dizer que tenha sido propriamente novo.
O Vitória de Setúbal fez exactamente o que se esperava com a bola nos pés. Nada. Afinal, a equipa de Carlos Azenha tinha feito apenas um remate à baliza nos 180 minutos anteriores. O que impressionou foi a incapacidade para defender. Em movimento e quando a bola parou. Espantoso e impróprio de uma primeira divisão.
Mais do discutir as forças e fraquezas, importa elogiar os factos. Esta passou a ser a maior vitória do Benfica no novo estádio da Luz. Desde 1982/83 que os «encarnados» não venciam por resultado igual (dessa vez a vítima foi o Alcobaça). Ou seja, Jorge Jesus já tem o seu nome num cantinho da ilustre história do clube e isso não pode ser fruto apenas da incapacidade alheia, muito menos do acaso.
P.S. : Antes de o campeonato começar escrevi que esta poderia ser a prova mais desequilibrada dos últimos anos. Duas jornadas cheias de empates chegaram para alguns leitores apressados sorrirem. Este resultado deveria fazê-los pensar. O desequilíbrio existe. É preciso é querer vê-lo. E, sobretudo, entender o que o motiva.