Abel Xavier, treinador do Olhanense, analisa a vitória sobre o P. Ferreira (1-0):

«As pessoas que aqui estiveram viram uma demonstração de caráter e de saber sofrer. Nós só podemos ser conhecidos ou reconhecidos por aquilo que fazemos, e hoje foi uma prova cabal de que tivemos adversidades, por culpa própria, mas soubemos lutar contra elas. Tenho de enaltecer o comportamento da equipa, o seu rigor e atitude, coisas nas quais me revejo.»

«Penso que saber sofrer é uma virtude. Tendo em conta as condicionantes com que saímos para o intervalo, era preciso mentalizar os jogadores de que as equipas em inferioridade numérica têm sempre oportunidades de surpreender e, por isso, tínhamos de nos lançar de forma positiva para a segunda parte. Os grandes protagonistas são os jogadores.»

«A expulsão do Pelé? Obviamente que a situação carece de profundidade, não deve ser analisada a quente. Tivemos um interregno que nos serviu para reajustar a equipa, dando coesão e consistência, e passando a mensagem de que era possível contrariar o volume de jogo do Paços. Na segunda parte fomos uma equipa compacta, saímos muito bem e pela certa, com clarividência. Penso que, com a resposta dos meus jogadores face a um projeto embrionário e às adversidades que tivemos, está reconhecido o trabalho feito em campo. Eu, como treinador, só posso continuar a trabalhar em busca de mais e melhor.»

[sobre a segunda expulsão da época] «Do meu ponto de vista, cada jogo tem a sua história e a sua própria interpretação. Neste, a adversidade da expulsão foi por erro próprio, fomos nós que nos submetemos à adversidade e, por nossa culpa, sofremos mais. Mas foi um sofrimento partilhado com um pedido de desculpas, no final do jogo, do Pelé, que nós reconhecemos, mas cuja atitude terá de ser retificada internamente.»