A figura: Peiser

Cresceu, a olhos vistos, na baliza dos estudantes ao longo do jogo na exata medida em que os encarnados o foram colocando à prova, minuto após minuto. Impressionante a forma como se opôs aos remates consecutivos de Nélson Oliveira e Maxi Pereira, com reflexos de felino. Aimar e Cardozo também tentaram batê-lo mas era a noite do francês, que levou a nova aposta de Paulo Bento ao limite do desespero.



O perdulário: Nélson Oliveira

Revitalizado com a vitamina que foi a primeira chamada à seleção principal, o jovem vice-campeão de sub-20 entrou ao intervalo como um tornado que revirou tudo à sua volta. Poucos segundos em campo, e, com uma rajada, varreu a defesa academista, contudo, a bola subiu demasiado alta. Logo depois, mais um sopro de talento a deixar Bruno César a surgir na cara de Peiser, mas a bola saiu a poucos centímetros do poste. Não demorou para que uma réplica do primeiro lance fizesse estremecer a barra da baliza dos estudantes, quando Flávio desviou um cruzamento da mais recente joia da academia benfiquista, quase fazendo auto-golo. Seguiu-se um dilúvio de oportunidades, mas Peiser mostrou-se impenetrável e guardou as intenções academistas.

Outros destaques:

Edinho

Nem sempre conseguiu acudir da melhor forma aos cruzamentos, sobretudo, de Saulo, mas, quando começou a acertar com o tempo de salto, assumiu-se numa espécie de oásis no deserto atacante dos estudantes. Criou perigo em alguns remates, nunca desistindo de dar trabalho aos centrais da Luz.

Diogo Melo

Teve nos pés a maior oportunidade de golo para a Académica num remate-surpresa, descaído para a esquerda, ainda longe da área, que obrigou Artur a voar para desviar a bola para canto. De resto, foi mais um que ajudou a meter trancas à baliza de Peiser, «plantado» à frente da defesa.

Witsel

Inquestionável a qualidade que o belga traz ao jogo dos encarnados. O futebol da equipa flui com outra qualidade. O médio multi-funções joga e faz jogar e dá uma segurança extra à equipa nas transições, tanto defensivas, como ofensivas. Quando Jesus quis arriscar mais puxou-o para trinco e a equipa cresceu.

Maxi Pereira

Grande exibição do lateral direito benfiquista. Surgiu em campo com a braçadeira de capitão e isso parece ter-lhe recarregado as baterias da atitude e da garra, que o caracterizam. Com Bruno César a procurar mais os espaços interiores, o uruguaio deu conta de todo o corredor direito encarnado, e daí surgiu muito do perigo para a defensiva academista. Foi ainda dos mais rematadores da partida, obrigando Peiser a algumas boas defesas.

Gaitán

Nesta viagem à beira-Mondego o extremo argentino foi o primeiro a agitar as águas do jogo. No início da partida voltou a ser o jogador que é o rosto do futebol do Benfica que privilegia a vertigem da velocidade. Mas depressa o seu futebol caiu a pique, o que fez com que fosse substituído nos primeiros minutos da segunda parte.