O «Caso NDinga», que tanta celeuma causou entre os adeptos da Académica, indignados pelo facto de o seu clube ter agendado um jogo de pré-época frente aos «inimigos» de Guimarães, parece estar, definitivamente, enterrado entre as direcções dos emblemas envolvidos. A prova disso foi o ambiente pacífico e urbano - afinal as gentes de Coimbra são conhecidas por serem ordeiras e educadas - em que decorreu o encontro, na manhã deste sábado, na Tocha, local de estágio dos «estudantes».
Excepção feita a alguns protestos mais veementes do público local, nomeadamente quando um jogador vitoriano protagonizava entradas mais ríspida ou ao facto de os adeptos (cerca de 500, número bastante razoável para um «amigável) terem sido separados logo à entrada consoante a sua cor clubística, por questões de segurança, tudo decorreu como em qualquer outra partida entre rivais primodivisionários. No final, houve até um almoço de confraternização - uma sardinhada - entre dirigentes, que assistiram à partida lado a lado, para esquecer, de uma vez por todas, a polémica.
É caso para dizer quem nem nas quatro linhas os apaniguados da Briosa puderam desforrar-se dos minhotos. A equipa de Manuel Cajuda, apesar de ter entrado em acção pela primeira vez nesta pré-época, mostrou-se superior em praticamente todos os aspectos de jogo e venceu por 2-0 (com um golo de Andrezinho e um autogolo de Litos, sobre o intervalo), atirando ainda uma bola à trave e desperdiçando outras boas oportunidades de ampliar o marcador. Pela primeira amostra, temos equipa.
Quanto à Académica continua sem ganhar nem marcar golos. Depois do «nulo» frente ao Estoril, os «estudantes», pese embora terem uma equipa nova, continuam a evidenciar alguns dos pecados da última época, mormente ao nível da finalização. Por este andar, caso não seja contratado um finalizador nato (continua nos planos), a equipa arrisca-se a voltar a ser quase inofensiva no ataque, mesmo jogando bem. Em suma, parece, para já, não haver diferenças significativas entre o conjunto do ano passado e o actual. Até Pedro Roma, para não variar, mostrou como, aos 37 anos, ainda consegue ser dos melhores em campo.
Entre os reforços, destaque para Lito, que, além de muito activo, teve nos pés a melhor ocasião de golo dos académicos, num disparo ao poste.
Em Coimbra, ainda se aguarda pela chegada de dois jogadores, o senegalês NDoye e o ganês Tiero. De acordo com as informações oficiais, ambos aguardam a emissão dos respectivos vistos para poderem viajar de África para Portugal. Mas o primeiro, sabe o Maisfutebol, tem diversas propostas em carteira, de Espanha e Itália, e, apesar de ter mais um ano de contrato, poderá perfeitamente ser cedido pela Académica.