A Académica não vencia em casa, para a Liga, desde 23 de Outubro (há 161 dias!) do ano passado, após um triunfo (2-1) sobre o Nacional, ainda sob a vigência de Jorge Costa.

A data estava cravejada na memória dos adeptos da Briosa à espera de ser pulverizada um destes dias. Aconteceu este sábado, com um golo sempre belo, de calcanhar, de um jogador perito em saltar do banco para salvar a equipa: Laionel.

Os estudantes passaram a somar 28 pontos, subiram um degrau na classificação, ultrapassando o Rio Ave, e, praticamente, disseram adeus ao risco de descerem de divisão. Claro que tudo isto é, para já, à condição porque este domingo, em Vila do Conde, há um jogo com o V. Setúbal, que irá interessar bastante tanto aos conimbricenses como aos algarvios.

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O Portimonense, que vinha de uma sequência de cinco jogos sem perder, deu novo passo atrás na complicada missão de evitar a despromoção e pode ver os cinco pontos de distância para a linha-de-água aumentar dependendo daquilo que os sadinos possam fazer. Terá sido o adeus à Liga?

Académica com futebol curto

Demorou algum tempo a perceber em que esquema Carlos Azenha decidira montar a equipa. Kadi era o ponta-de-lança esperado mas, afinal, jogou sobre a direita enquanto Hélder Castro, a surpresa do onze, era o elemento mais adiantado, mas com muita mobilidade, alternando, de quando em vez, com Pedro Silva na frente de ataque.

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A inovação terá surpreendido os estudantes nos primeiros minutos mas estes só podiam queixar-se de si próprios em matéria de ineficácia ofensiva. A equipa até ia trocando bem a bola, com destaque para as aberturas de Bischoff, mas, no último terço do terreno, escasseavam os recursos. Miguel Fidalgo surgia isolado entre uma floresta de pernas algarvia, contando apenas com o apoio de Sougou.

A meia distância foi, por isso, o recurso utilizado para visar a baliza de Ventura e, nesse particular, houve mérito de Pape Sow com alguns remates que impediram o guarda-redes do Portimonense de arrefecer entre os postes.

A falta de um extremo esquerdo de raiz também se fazia sentir - Bischoff não tem as características de Diogo Valente, ausente da partida por castigo -, e mesmo com Addy a tentar equilibrar as acções, o futebol da Briosa era curto.

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Claro que o Portimonense agradecia a inoperância da equipa da casa, conseguindo alguns disparos perigosos, primeiro por Kadi e depois por Pedro Silva, sempre muito activo e inconformado. Não era muito mas deixava a Briosa de sobreaviso e relembrava-a que estes algarvios estão agora transfigurados.

Laionel resolve com nota artistica

Ora foi mesmo para o lado esquerdo que entrou Laionel e, com o brasileiro em campo, a música foi outra. Miguel Fidalgo esteve a um passo de inaugurar o marcador, não fosse o corte na hora h de Ruben Fernandes, mas foi mesmo o veloz extremo que assinou o momento da tarde com um golo de calcanhar, que finalmente tranquilizou as quase quatro mil almas que desesperavam nas bancadas.

Seguiu-se a (des)esperada reacção da equipa de Portimão, com Carlos Azenha a «gastar» as opções atacante do banco. Laionel esteve a centímetros do 2-0 mas, na resposta, Lito quase consumava uma pequena traição à ex-equipa com um disparo ao ferro.

Sufoco total para os últimos minutos, com a baliza da casa sob fogo intenso e o guarda-redes Peiser em plano de evidência.