O recente reatamento de relações com o Vitória de Guimarães levou alguns sócios da Académica a questionar a decisão, por não terem ainda esquecido o chamado «Caso NDinga». Mas a verdade é que durante o jogo entre as duas equipas, no último sábado, quase nem se verificou contestação, sinal de que, afinal, esta questão não era assim tão polémica.
«Se, em 2002, tivesse sido convidado para disputar um torneio nas Caldas, frente ao V. Guimarães, diria, de imediato: comigo, não! Se Pimenta Machado, que personifica todo o mal que foi feito à Académica, fosse, ainda hoje, presidente do clube, com certeza não teríamos reatado relações. Mas, como já não o é, não há razão para eternizar esta querela. Há coisas mais importantes na vida. Isto não é uma guerra Israel/Palestina. A actual direcção não tem nada a ver com o assunto e as instituições devem estar acima das pessoas. Aliás, o jogo decorreu com toda a normalidade. Só foi pena não termos ganho¿», referiu, a propósito, José Eduardo Simões.
Objectivo: classificação superior à média dos últimos anos
O presidente da Académica estabeleceu um objectivo, em termos desportivos, para a nova época: obter uma classificação superior à média dos últimos cinco anos. Se fizermos as contas, e tendo em consideração duas balizas - a pior (15º lugar) e melhor posição (13º ) obtida durante esse período -, é fácil perceber que ficar em 12º lugar será o suficiente para atingir tão modesta meta.
«Mas o mais importante é criar as condições necessárias para termos uma equipa sólida, capaz de cimentar o seu estatuto de primeira liga durante muitos anos», referiu José Eduardo Simões.
Para tal, o dirigente considera que Manuel Machado terá à sua disposição um plantel «melhor e mais equilibrado», apenas com lacunas ainda a preencher no ataque. O dirigente justificou ainda a aposta nos jogadores nacionais em detrimento dos brasileiros devido à conjuntura económica que leva a que o mercado além-atlântico tenha deixado de ser tão atractivo.
O orçamento para temporada prestes a iniciar-se será mais uma vez reduzido em relação ao anterior, com uma média salarial anual em termos brutos a rondar os 75 a 80 mil euros. «Desde que estou na direcção, passámos a fazer orçamentos credíveis. Só para dar um exemplo, o de 07/08 será inferior ao de 01/02, quando estávamos na Liga de Honra. Em 06/07 tivemos resultados positivos e quanto a 07/08, as expectativas são, igualmente, positivas. Queremos, depois, utilizar os resultados para abastecer o passivo e fazer investimento, nomeadamente na Académica, que esperamos inaugurar em Novembro e terá um custo de 750 mil euros», referiu o presidente, sendo secundado pelo vice-presidente António Preto: «Quando sair, esta Direcção vai deixar obra feita.»
O líder da Briosa confirmou ainda que o clube nada lucrou com a saída de Roberto Brum para o Sp. Braga - afinal o seu passe, sabe o Maisfutebol, pertencia a um empresário - e fez um encaixe mínimo no caso de Lino, já que o jogador detinha a maior percentagem dos seus direitos desportivos. Outra confirmação foi a da possibilidade de Pedrinho, contratado no defeso ao Varzim e cedido de novos aos poveiros por empréstimo, ingressar no plantel em Janeiro.