O Gana, adversário de Portugal na fase de grupos do Campeonato do Mundo de 2014, vai preparando a sua participação no torneio. Nos últimos dias, a discussão no país gira em torno da presença de esposas e namoradas de jogadores no centro de estágio da seleção no Brasil.

A polémica foi levantada por um alegado pedido do Fisiologia do Gana. Joseph Mintah teria contactado formalmente a Federação para salientar a vantagem de ter as companheiras dos atletas próximas destes. A GFA viria a negar esta notícia.

O tema vai sendo debatido em solo africano e o selecionador de outro país, a Nigéria, deixou uma posição curiosa. «Em qualquer país civilizado, as esposas têm autorização para acompanhar os seus maridos durante o Mundial. Mas não haverá espaço para namoradas», atirou Stephen Keshi.

Não há decisão tomada no Gana mas fazem-se ouvir várias opiniões discordantes. Augustine Arhinful, antigo internacional, tem poucas dúvidas.

«Já vimos seleções que venceram o Mundial e em que os jogadores tinham as mulheres com eles. O mais triste é que não se está a discutir a questão por ter ou não a família por perto, mas sim por os jogadores irem para a cama com as mulheres».

O ex-jogador ganês considera que o sexo não influencia o rendimento. «Temos de parar de pensar de forma negativa, não podemos pensar que isso será uma distração para os jogadores. O sexo nem tem efeitos negativos para o desporto», atirou Arhinful.



De qualquer forma, segundo a imprensa local, a eventual presença das companheiras teria de ser suportada pelos próprios jogadores. O orçamento para o Campeonato do Mundo de 2014, divulgado recentemente, ronda os sete milhões de euros e não contempla essas despesas. 

O governo ganês disponibilizou três milhões de euros para a fase de grupos da competição e outros quatro para as rondas seguintes. Caso a seleção se apure, naturalmente.

«Uma quantia de 14,177,025 GH também foi orçamentada para cobrir as despesas da equipa quando esta se qualificar para as fases seguintes da competição. Isso faz com que o compromisso do Governo para com a participação dos Black Starts seja de 24,677,025 GH no total», anunciaram as autoridades ganesas.

Se os jogadores do Gana levarem as suas companheiras para o Brasil, a solução passará pelo aluguer de um alojamento próximo do Hotel Radisson em Maceió. A seleção ficará na zona turística da cidade, com vista para o Oceano Atlântico.

O adversário de Portugal vai treinar no Estádio Rei Pelé, conhecido como Trapichão. A 18 de março, as autoridades locais promoveram um encontro com jornalistas para fazer um ponto de situação sobre os preparativos.

«O Rei Pelé estava praticamente desmoronando. Os investimentos no estádio são do Tesouro Estadual e essas melhorias feitas, que também servirão para receber a seleção do Gana, ficarão como legado para o futebol alagoano. A presença dessa seleção vai trazer mais visibilidade para o estado, que tem atributos e potencial para atrair muitos visitantes, turismo e, consequentemente, mais desenvolvimento económico para o estado», disse na altura o governador Teotônio Vilela Filho.

Álvaro Machado, presidente do Comité Gestor do Projeto Alagoas Centro de Treinamento de Seleções da Copa do Mundo 2014 (ComCopa), garantiu que as obras do Centro de Fisioterapia e Recuperação e dos novos balneários no Estádio Rei Pelé ficarão concluídas até final do mês de abril.