Por Rita Pereira

São jogadores portugueses que atuam no campeonato nacional e tornaram-se conhecidos pelas suas qualidades para o futebol. No desporto, os nomes que têm no bilhete de identidade ficaram escondidos e, publicamente, são as alcunhas que usam na parte de trás das camisolas.

Nasceu como Tiago Manuel Dias Correia, mas rapidamente ficou conhecido como Bebé. O nome foi-lhe atribuído por um irmão mais velho, quando Tiago Correia nasceu. Sem lhe chamar Tiago, o irmão de Bebé sempre o tratou por esta alcunha que, mais tarde, se tornou no nome profissional do avançado do Manchester United, emprestado ao Paços de Ferreira.

E, por acaso, já ouviu falar de João Miguel da Cunha Teixeira? Possivelmente sim, mas com o nome que lhe foi dado pelo primeiro treinador na formação do Guimarães: Moreno. A explicação é óbvia: «O técnico Ricardo Pareces chamou-me Moreno simplesmente porque sou muito moreno», explicou ao Maisfutebol o defesa central do Vitória de Guimarães. «Agora, até a minha família me trata por Moreno, já ninguém me conhece por João Miguel», confidenciou.

As razões para um determinado nome podem ser as mais diversas. No caso de André Filipe Alves Monteiro, os cabelos loiros e as semelhanças com os ucranianos deram-lhe uma alcunha pouco comum: Ukra. O nome foi escolhido pelos amigos de infância que, cansados de lhe chamarem 'Ucraniano', optaram pelo diminutivo «Ukra».

Pintassilgo joga no Arouca e viu na alcunha de família o nome perfeito para a sua carreira. Em tempos, Pintassilgo era o nome pelo qual o avô era conhecido, hoje em dia, é o nome do café do pai, afirmou o médio ao Maisfutebol. «Todos os meus amigos me tratam por Pintassilgo, mas a minha família ainda me chama Carlos, apesar de ter conhecimento de que sou conhecido por este nome», garantiu Carlos Pedro Carvalho de Sousa, o seu verdadeiro nome.

Nuno Miguel Pereira Sousa joga no Marítimo, na posição do antigo internacional alemão Hans-Peter Briegel. As semelhanças físicas entre os dois jogadores, atribuíram a Nuno Sousa a alcunha de Briguel, que apenas difere do nome do alemão na escrita. «Em miúdo ia ver os treinos do meu irmão e o treinador dele achava-me parecido com o alemão Briegel, porque também era gordinho, loirinho e com cabelo encaracolado como ele», explicou o defesa.

As semelhanças com um jogador argentino são também a origem da alcunha de Ricardo José Monteiro, conhecido por Tarantini. «Jogava no Sp. Covilhã e o meu treinador era João Cavaleiro. Certo dia disse-me que eu era igualzinho a um tal de Alberto Tarantini, antigo defesa esquerdo da seleção da Argentina», afirma o jogador do Rio Ave. No caso do médio, a identificação com o nome é tal, que Tarantini passou a ser o nome pelo qual a tratado diariamente: «Até a minha esposa me chama Tarantini. Adoro», relatou ao Maisfutebol em setembro de 2012.

Em Portugal, não existe regulamentação específica relativamente aos nomes que os jogadores de futebol envergam nas camisolas, ao contrário do que acontece, por exemplo, em Inglaterra. Nas regras da Federação Inglesa, é necessária uma aprovação dos nomes que os jogadores utilizam nas camisolas. No regulamento das competições portuguesas organizadas pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional não é feita qualquer referência a limitações nos nomes escolhidos pelos jogadores, sendo que a Liga apenas tem de ter conhecimento do nome completo que consta no Bilhete de Identidade e do nome pelo qual o jogador é conhecido profissionalmente.