O desfecho desportivo foi conhecido (já) neste domingo: Emir Spahic deixa de ser jogador do Bayer Leverkusen depois de se ter envolvido numa cena de agressões a um segurança do clube. O desfecho civil está ainda por acontecer, pois, no plano judicial, o caso da agressão continua nas mãos da procuradoria alemã.

Os incidentes aconteceram após o jogo da semana que passou entre o Bayer e o Bayern Munique, em Leverkusen. O jornal «The Guardian» refere que a cena de pancadaria terá começado porque os seguranças do estádio do Bayer não terão permitido que um grupo de amigos de Spahic entrasse na zona dos balneários do BayArena.

O jogo foi na quarta-feira, as imagens que filmaram as investidas de Spahic com a cabeça e com os punhos aos seguranças do próprio clube começaram a ser divulgadas e, na sexta-feira, as consequências para o jogador acabaram também por serem anunciadas.

O diretor desportivo do Bayer já reagia no sábado dizendo que, por um lado, o clube iria dar toda a colaboração quer às autoridades alemãs quer à federação germânica e que, por outro, tinha responsabilidades para com um jogador seu. Mas Rudi Völler sempre frisou também que, «em pouco tempo», como citou o «Spiegel online», seria tomada uma decisão sobre os factos.

Esse pouco tempo seria no domingo ou na segunda-feira. Logo no sábado também, depois da vitória por 3-2 em Mainz (onde Spahic não esteve porque saiu lesionado do jogo com o Bayern), o capitão do Bayer, Simon Rolfes, desejava «rápidas melhores ao segurança» porque «ele também pertence ao clube».

E não foi preciso chegar a segunda-feira. Neste domingo, o Bayer decidiu prescindir de Emir Spahic. O clube anunciou a decisão com elogios às capacidades do defesa central bósnio num mesmo comunicado em que Spahic se desculpa, mas onde o diretor executivo do clube. Michael Schade, afirma que, «depois de provas filmadas» que «chocaram», o Bayer «não podia esperar pelo resultado da investigação judicial ou de quaisquer procedimentos criminais».



O Bayer Leverkusen não conseguiu fugir às evidências. O internacional bósnio acabou por sofrer já as consequências profissionais pelo seu comportamento explosivo. O «Express» frisou o seu temperamento para lembrar que, em 2013, o defesa central já se tinha «envolvido fisicamente com o diretor de comunicação» do clube. E este artigo de opinião da publicação alemã não apontava na sexta-feira para outra conclusão que não a que foi tomada agora.

Spahic foi responsabilizado pelo que aconteceu. Mas, atendendo ao que lembra ainda o «Spiegel online», também o próprio Bayer não pode deixar de ser olhado como o feiticeiro contra o qual se virou o seu feitiço. Segundo conta o site alemão, o Bayer treinado por Sami Hyypia era acusado de ser muito «macio» defensivamente. E a opção para ter uma defesa mais dura passou por contratar o internacional bósnio ao Sevilha em 2013. Segundo o «Spiegel», Völler disse mesmo: «Faz-nos falta um pulha.»

E, quando foi para o Bayer (então com 32 anos), Spahic já não era nenhum desconhecido.