Uns apontam ao «Guinness», outros sufocam nas dificuldades de sobrevivência. É uma realidade de radicais contrastes, ao bom estilo sul-americano, aquela que capitula a vida dos clubes portugueses de futebol. Referimo-nos, em concreto, ao número de sócios inscritos que cada um dos 16 emblemas da Liga possui e acrescentámos-lhe, para esta análise factual, os dados relativos ao Vitória de Guimarães e ao Leixões, dois «monstros» da Honra.
No dia em que o Benfica anunciou formalmente ser o clube no mundo com mais associados (160.992), é interessante olhar em volta e perceber que nem só de grandezas vive o nosso futebol. Não será, por certo, uma novidade, mas parece-nos imperioso dar ênfase às assimetrias assustadoras que separam os três grandes de todos os restantes.
Desta forma, numa visão crua dos dados oficiais fornecidos ao Maisfutebol por todos os emblemas analisados, temos logo depois do Benfica o F.C. Porto, com cerca de 102 mil sócios, e o Sporting, com 90 mil. Estes três clubes possuem, na soma de todas as partes, 66% do universo de associados da Liga. Um número pertinente, que lacra o domínio destas três instituições no nosso futebol.
V.Guimarães é o quarto grande em sócios
Directamente da divisão de Honra, para o quarto posto desta tabela. O Vitória de Guimarães é, logo a seguir aos três gigantes do campeonato nacional, o clube que se pode gabar de possuir mais sócios, nada mais nada menos que 24 mil. Este número explica, portanto, as excelentes assistências que os vitorianos têm conseguido manter esta temporada no segundo escalão e que tem rondado os dez milhares de pessoas por jogo. Um fenómeno de fidelidade e de paixão clubística. Em Guimarães, ao contrário do que grassa pelo resto do país, é-se do clube local, neste caso o Vitória.
Acima dos vinte mil associados estão ainda a Académica de Coimbra e o Sp.Braga. De um lado, a história em forma de capa e batina, o fado a embalar 21 mil apaniguados, mesmo numa fase onde os resultados estão longe de ser comparáveis aos obtidos nas décadas de 60/70. Do outro, uma força crescente e motivada pelas metas alcançadas nos últimos quatro anos e que fazem do Sp.Braga o «quarto grande» neste período recente.
Mais abaixo, mas ainda acima dos dez mil sócios, surgem Belenenses (18.200), Boavista (17.500) e Vitória de Setúbal (16.400), mais três clubes bem enraizados na cultura desportiva do nosso país. O Marítimo, com cerca de dez mil, fecha o «top ten».
«Bebés do Mar» subsistem ao longo afastamento da Liga
Pequenos milagres. Talvez se possa entender desta forma o sucesso da sobrevivência dos oito clubes que encerram esta tabela. Mesmo sem massas adeptas de grande relevo, as instituições mantêm-se competitivas e competem nos escalões profissionais. O Beira Mar, por exemplo, está bem perto dos dez mil associados (tem 9 mil), escassos, contudo, para dar um corpo sólido aos encontros realizados no novo Municipal de Aveiro.
Já os «bebés do Mar» merecem um sublinhar especial. Apenas com uma presença na Liga nos últimos vinte anos, o Leixões tem logrado manter a mística em redor do clube e conta com quase sete mil sócios. Apesar dos resultados desportivos não serem brilhantes ao longo das últimas décadas, ainda é o 12º clube português nesta classificação, o que demonstra bem o grau de paixão que move os seus adeptos, dentro e fora do Estádio do Mar.
Número de sócios:
1º S.L.Benfica, 160.992 sócios
2º F.C.Porto, 102 mil
3º Sporting, 90 mil
4º Vitória de Guimarães, 24 mil (Liga de Honra)
5º Académica de Coimbra, 21 mil
6º Sp.Braga, 20 mil
7º Belenenses. 18.200
8º Boavista, 17.500
9º Vitória de Setúbal, 16.400
10º Marítimo, 10 mil
11º Beira Mar, 9 mil
12º Leixões, 6.935 (Liga de Honra)
13º Estrela da Amadora, 6.800
14º Nacional da Madeira, 3.500
15º Paços de Ferreira, 3 mil
16º União de Leiria, 2.500
17º Naval 1º de Maio, 2.200
18º Desp.Aves, 2 mil