O Sporting defronta neste sábado o Barcelona, campeão europeu em título, na meia-final da Supertaça Ibérica de andebol que se disputa em Málaga e que conta ainda com o FC Porto e o Granollers.

Na antevisão à partida, o treinador dos leões começou por reconhecer o favoritismo da equipa espanhola, grande dominadora do andebol no país vizinho e vencedora das últimas edições da Liga dos Campeões.

«O Barcelona é uma das melhores equipas do mundo, se não a melhor equipa. É o campeão europeu em título, na Liga espanhola domina há mais de uma década… percebemos o poderio do adversário que vamos ter pela frente. Mas também é uma excelente oportunidade para nos testarmos enquanto equipa», analisou.

Nesse sentido, Ricardo Costa recordou que já noutros jogos desde que chegou ao Sporting, os leões também partiam como não favoritos, e acabaram por surpreender.

«A minha equipa coloca-se sempre a nível dos adversários, às vezes também para o mal. Mas já surpreendemos com grandes equipas que defrontámos de olhos nos olhos. Temos de fazer isso, manter-nos no jogo o máximo de tempo possível e queremos estar na final, por isso temos de ganhar», receitou.

O treinador dos leões defendeu ainda que a atual geração de andebolistas portugueses vive uma fase distinta do que acontecia no passado, o que se vê também na sua equipa que entra em campo «sem fantasmas».

«Conheço os meus atletas e não se encolhem perante nenhum adversário. Já foi o tempo em que olhávamos para os outos jogadores e temíamos este cromo ou aquele que víamos em cadernetas. Hoje já não é assim. Estes jogadores não têm medo de nenhum adversário e não há restrições mentais», assegura.

«Neste ano e meio temos ganhado a equipas com quem, teoricamente, não tínhamos hipóteses. Ao Barcelona, sabemos que é impossível ganhar jogando mal», acrescentou.

O técnico fez elogios a esta nova prova e ao que ela pode trazer, mas pede também para que se pense no bem-estar de jogadores que têm cada vez menos tempo de descanso.

«Esta competição é um momento de festa extraordinário para as duas federações. Uma que é campeã da Europa e outra que tem feito um grande trabalho. Numa competição como esta, saímos todos a ganhar. Mas enquanto treinador, é algo que me preocupa pelo excesso de jogos a que estes atletas são sujeitos. Já vamos perto de 35 jogos, entre oficiais e não oficiais. E ainda vem aí o campeonato do mundo. Isso é um problema. Ainda ontem vimos dois jogadores do Barcelona que saíram do jogo com problemas graves com lances em que se lesionaram sozinhos. Todos nos preocupamos com a saúde deles, porque sem atletas, não há espetáculo», alerta.

«Por outro lado, é o início de uma competição que queremos que se continue a realizar daqui a 20 anos. Mas tem de ser colocada num ponto mais benéfico para todos. Talvez no início da época», aponta.

Ricardo Costa comentou ainda duas saídas importantes dos leões esta semana, o guarda-redes Manuel Gaspar e o lateral Jens Schongart, mas prefere olhar para o reforço que chegou entretanto para a baliza.

«Cada equipa tem as suas dinâmicas. Podemos olhar para os dois jogadores que saíram, e desejar as maiores felicidades ao Manel e ao Jens. Mas eu olho mais para quem entra. A dinâmica das equipas é mesmo assim. Importante é quem cá está e, neste caso, o Andrè [Kristensen] em quem temos muita esperança», rematou.