[artigo atualizado, original de 19/10/2012]

Um coração azul e branco, com braçadeira e tudo, transformado numa das maiores promessas do Benfica. Foram os caminhos do futebol que conduziram André Gomes, a nova «coqueluche» encarnada.

Nove minutos bastaram, em Freamunde, para dar o brilho do golo à estreia na equipa principal das «águias», aos 19 anos. Melhor ainda. Neste sábado, em Barcelos, a presença no onze também ficou assinalada com um golo. Enormes promessas para o futuro.

«Falei com ele depois e dei-lhe as felicitações. Não falámos muito tempo, mas estava naturalmente feliz». Logo após o jogo da Taça de Portugal André Gomes recebeu uma chamada do amigo Adérito Pedrosa, que foi seu colega de equipa no F.C. Porto, no Pasteleira e no Boavista, clube que o defesa ainda hoje representa, mas agora como sénior.

«Quando cheguei ao F.C. Porto, em 2006, já o André lá estava há alguns anos. Somos vizinhos, ambos de Santa Maria da Feira, só que ele é de Grijó e eu de Argoncilhe. Íamos juntos para o treino e ajudou-me na adaptação», recorda Pedrosa, em conversa com o Maisfutebol.

André Gomes chegou a ser capitão no F.C. Porto. «É um bom rapaz. Sempre foi um líder no balneário e no campo. Toda a gente gosta dele», recorda o amigo. «Tecnicamente já era evoluído. Era bom no passe e no remate, e tinha facilidade em utilizar ambos os pés, inclusive a marcar cantos», acrescenta.

Da tristeza da dispensa à afirmação rápida no Seixal

Pedrosa e André jogaram duas épocas juntos nos iniciados do F.C. Porto, mas em 2008 foram ambos dispensados.

«Eu fui logo para o Pasteleira, que na altura tinha ligação com o Boavista. O André estava um bocado indeciso, mas falei com ele e juntou-se à equipa uma semana depois. A dispensa do F.C. Porto custou-nos, mas sobretudo a ele, que estava lá há mais anos e até era capitão», recorda Pedrosa.

Em 2009 seguiram juntos para o Boavista, onde André Gomes cumpriu duas épocas. O médio mudou-se para o Benfica em 2011, para cumprir o segundo ano de júnior, e foi logo nomeado capitão. «Mostra a pessoa que é. Dá-se bem com toda a gente», reforça o amigo.

Não foi preciso muito tempo para que os responsáveis benfiquistas olhassem para André Gomes como uma aposta de futuro. Não só na formação, como também na equipa principal, onde agora chegou. O passado azul e branco pouco ou nada importa, agora.

«Antigamente ele era portista, mas à medida que se foi adaptando ao Benfica começou a gostar do clube. Toda a gente gosta dele, e da forma como trabalha pode ser muito útil. O Jesus pode apostar nele. É um líder dentro do campo, que dá tudo pela equipa. Nem que seja preciso jogar com queixas. De certeza que vai chegar muito longe. Pode ser um dos melhores médios do mundo, mas ainda é cedo para antever isso. Tem que ir com calma. Mas é difícil perder-se, pela sua personalidade. Vai manter os pés no chão», diz Pedrosa.

Manteve. Falou na antevisão da Liga dos Campeões mas acabou por ser preterido. Em Barcelos, nova oportunidade e agora na Liga. Um lugar no onze. André Gomes agradeceu e respondeu com um golo, mais um. Os adeptos entusiasmam-se. O futuro pode ser dele.

[artigo atualizado, original de 19/10/2012]