A selecção angolana de futebol ficou sem seleccionador, na sequência da rescisão unilateral de contrato apresentada por Hervé Renard. De acordo com o advogado do técnico francês, existem três meses de salários em atraso, para além de que nenhum elemento da equipa técnica tinha visto de permanência no país.

«Ele não recebe há três meses e os seus adjuntos há dois. Além disso, é preciso ter em conta que nenhum deles tem visto de trabalho. Eles tinham visto de turista, válido por quinze dias, mas depois estão ilegalmente no país», explicou Fouad Bellaroussi, citado pelo «LEquipe».

Justino Fernandes, presidente da Federação Angolana de Futebol, reconheceu a existência de salários em atraso, mas garantiu que a verba já tinha sido transferida, pelo que não encontra justa causa na rescisão. No que diz respeito à questão dos vistos, entende que é um «falso problema». «Tentámos proporcionar ao técnico o máximo de condições de trabalho e por diversas vezes manifestou-se satisfeito. Portanto, estamos surpreendidos com os acontecimentos», acrescentou, citado pela Angop.

Hervé Renard esteve cinco meses no cargo, e a sua saída surge a praticamente uma semana do encontro com a Guiné-Bissau, de apuramento para a Taça de África das Nações de 2012. Os «palancas negras» vão ser orientados por Zeca Amaral, que até aqui desempenhava as funções de treinador adjunto.