Itália-Suécia, 14h

Grupo E

Estádio do Toulouse, em Toulouse

Árbitro: Viktor Kassai (Hungria)

O que esperar?

Uma coisa é certa: desta feita a Itália só poderá surpreender quem esteve muito distraído. Depois do brilharete a abrir, que levou a que muita gente os voltasse a colocar no leque de favoritos, de onde tinham sido retirados pura e simplesmente por apresentarem uma equipa que, no papel, não seduzia, espera-se para ver que continuação terá o feito.

O rival é a Suécia de Ibrahimovic, num duelo a fazer lembrar o Euro 2004, quando as duas equipas também ficaram no mesmo grupo. Empataram a um na altura, em jogo realizado no Estádio do Dragão. Cassano e o próprio Ibra, naquele que foi um dos melhores golos do Euro, de calcanhar, foram os marcadores. A Suécia seguiria em frente, ao contrário da «squadra azzurra». Já no Euro 2000 estas duas seleções tinham estado no mesmo grupo, na altura com vitória italiana (2-1) a caminho da final.

A Suécia chega a este jogo com uma curiosidade deveras peculiar: apesar de ter empatado 1-1 com a República da Irlanda, ainda não fez qualquer remate à baliza neste Europeu…Foi um autogolo a valer a igualdade no jogo inaugural.

Uma vitória italiana vale apuramento. Um triunfo sueco deixa, também, a situação bem orientada para os homens de Erik Hamrén. De qualquer forma, até pelo atual formato que permite a passagem de três seleções por grupo, ninguém ficará imediatamente arredado em caso de desaire.

Suécia depende muito do que fizer Ibrahimovic

EM FOCO

Zlatan Ibrahimovic (Suécia)

Não marcou na estreia (nem sequer fez um remate), mas foi ele que construiu a jogada que resultaria no autogolo de Clark e valeu o empate para a sua equipa. Não é de estranhar, claro. O segundo melhor marcador da fase de apuramento (apenas superado por Lewandowski) continua, aos 34 anos, a ser um homem à parte na seleção sueca.

Desta feita vai ter pela frente o país onde construiu boa parte da sua carreira, em clubes como a Juventus, Inter de Milão e AC Milan. Foram sete temporadas, intervaladas por uma passagem para Barcelona. Mudou-se, de resto, para Itália depois do Euro 2004, quando empatou o jogo no Dragão, com aquele que foi, para muita gente, o melhor golo do torneio.

Jogou com Buffon, Chiellini, Di Siglio e El Sharaawy. Eles conhecem-no bem. Mas todos sabem do que é capaz.

Leonardo Bonucci (Itália)

A vitória da Itália sobre a Bélgica, clara e justa, teve golos de Giaccherini e Pellé, mas a assistência do central da Juventus cativou, definitivamente, o público.

Bonucci foi um dos melhores em campo e aquele passe que partiu antes do meio campo e apanhou Giaccherini à entrada da área foi apenas o sinal mais visível. A defender, onde a Itália, já se sabe, é fortíssima, esteve em grande.

Aos 29 anos, e depois de seis temporadas como indiscutível da Juventus, Bonucci atravessa um dos melhores momentos da carreira e, a continuar assim, será forte candidato ao onze do Europeu.

Algo a ver no futuro. Para já, há que ajudar a travar Ibra e companhia…

Equipas prováveis

Suécia

Itália

Rep. Checa-Croácia, 17h

Grupo D

Estádio Geoffroy Guichard, em Saint-Etienne

Árbitro: Marc Clattenburg (Inglaterra)

O que esperar?

Resultados distintos a abrir e, por conseguinte, pressões diferentes para o segundo duelo. A Rep. Checa aguentou a Espanha quase até ao final, mas perdeu e nova derrota pode significar o adeus ao Europeu. A Croácia, por seu turno, foi muito superior à Turquia (bem mais do que o 1-0 final mostra) e sabe que, se vencer, tem passaporte confirmado para os «oitavos».

Tudo isto estará, portanto, bem presente no enquadramento que as duas equipas vão fazer do jogo. Bem mais confortável a Croácia, ainda com margem de erro, algo que escapa aos checos. Porém, o objetivo maior da equipa de Petr Cech, Rosicky e companhia será sempre chegar ao último jogo, com a Turquia, a depender de si para o apuramento. E, assim, tentar vingar o emocionante duelo de 2008, também na última jornada da fase de grupos, que acabou favorável aos turcos.

O selecionador checo, Pavel Vrba, elogiou muito a seleção croata: «Com as estrelas do Real Madrid e Barcelona (Modric e Rakitic) podem ser uma pequena Espanha.»

Do lado da Croácia, apesar da alegria pela vitória, nem tudo foram boas notícias no rescaldo. O pai de Dario Srna faleceu durante o jogo e, depois disso, uma nova morte abalou o grupo, no caso do pai do treinador de guarda-redes Marijam Mric. Ambos foram ao país para as cerimónias fúnebres. Srna já voltou, ao contrário do técnico que não estará presente no jogo.

Uma nota final importante: é o primeiro jogo oficial entre estas duas seleções.

A festa croata depois de bater a Turquia

EM FOCO

Vladimir Darida (Rep. Checa)

É visto como o herdeiro de Rosicky, mas para já vai partilhando com ele um lugar no onze. Contra Espanha jogou mais recuado no miolo, fazendo dupla com Plasil e foi a melhor unidade do trio, ou, pelo menos, o mais esclarecido, num jogo muito difícil para os checos.

Aos 25 anos, vem de uma época em bom nível no Hertha Berlim (7 golos em 35 jogos), clube pelo qual assinou no início da temporada oriundo do Friburgo. A seleção checa não tem a abundância de talento de outros anos, mas Darida é dos casos mais interessantes.

Contra a Croácia antevê-se uma luta titânica com o miolo rival, ou não fosse o ponto mais forte dos croatas. Parar Modric, Rakitic e companhia e ainda ter pulmão para ajudar na frente é o que se pede a Darida. Duro, mas quem disse que o Europeu é para meninos?

Luka Modric (Croácia)

Figura maior da seleção e figura maior do primeiro jogo da Croácia no Euro. O pontapé sem pedir licença que decidiu o embate com a Turquia ainda é um dos melhores golos deste Europeu, ao mesmo tempo que a face mais visível de um domínio absoluto dos croatas.

Modric, que há oito anos esteve muito perto de conduzir a Croácia às meias finais do Europeu, tenta agora algo grandioso. A Croácia já não brilha a alto nível desde o Mundial de França, quando criou a mais bela página da sua história, terminando em terceiro. Poderá, novamente em terras gaulesas, conseguir façanha semelhante?

Quem tem Modric (além de Raikitic, Mandzukic, entre outros) pode, no mínimo, sonhar.

Equipas prováveis

REP. CHECA

CROÁCIA

Espanha-Turquia, 20h

Grupo D

Estádio de Nice, em Nice

Árbitro: Milorad Mazic (Sérvia)

O que esperar?

O que há de pior do que jogar o tudo ou nada contra a bicampeã europeia em título? Não deve ser fácil encontrar, mas é precisamente o que a Turquia vai fazer esta sexta-feira. Depois da derrota conta a Croácia a margem de erro é praticamente nula. Novo desaire torna quase impossível o acesso à segunda fase.

Por isso, nada pior do que jogar contra Espanha. E, além disso, uma Espanha que vem de uma vitória sofrida mas moralizadora, por ter chegado no final, o que também ajuda a dar confiança e espantar fantasmas, depois da desilusão que foi a participação no Mundial do Brasil.

Contra a República Checa percebeu-se que, por muito que vários jogadores já não sejam os mesmos das conquistas de 2008 e 2012 (sem esquecer o Mundial 2010), o estilo, esse, permanece inalterável. E intocável.

Portanto, é de prever um jogo de matriz semelhante ao Espanha-Rep. Checa. Bola do lado espanhol e 10 turcos a tentar roubá-la e surpreender em contra-ataque. Tudo o que não for isto será uma grande surpresa, só por si…

Desastre no Brasil parece não ter perturbado Espanha

EM FOCO

Arda Turan (Turquia)

Entrada em falso, com um jogo muito fraquinho contra a Croácia. A maior estrela turca apagou-se a abrir, mesmo sendo dos jogadores que chega com menos jogos nas pernas ao torneio (só jogou a partir de janeiro).

A Turquia precisava de muito mais e vai voltar a precisar. Ainda por cima num jogo em que vai encontrar vários companheiros e ex-companheiros de equipa. Se há alguém habituado a lidar com o «tiki-taka» é Turan. Conhece-o por dentro, desde que se juntou ao Barcelona, e por fora, nos anos do Atlético Madrid em que teve de enfrentar os catalães.

A matriz da seleção espanhola é idêntica e a liderança de Turan pode ser um trunfo importante para os turcos tentarem a surpresa. Se voltar a ser pouco mais do que corpo presente, será ainda mais complicado…

Andrés Iniesta (Espanha)

Surpreendentemente ficou de fora do onze ideal da primeira jornada do Europeu, que foi construído com base em critérios que vão para lá do futebol apresentado. Só assim, de resto, se consegue entender a ausência.

Iniesta foi, claramente, o melhor jogador de Espanha e protagonizou uma das melhores atuações individuais do Europeu até ao momento, chamando a si o protagonismo de impor o estilo que tanto gosta e que domina como poucos.

A somar, ainda descobriu Piqué para o golo que valeu o triunfo, já perto do fim, colocando, ainda mais, o seu nome na história do jogo.

Colocou, portanto, a fasquia alta a abrir. Mas, com Iniesta, melhor jogador do Euro 2012, a expectativa é sempre elevada, pois quase nunca joga mal. Coisa de craque…

Equipas prováveis

TURQUIA

ESPANHA

O programa para sábado e domingo:

Tal como é habitual, a MF Total volta apenas no domingo à noite, mas o Europeu não vai parar durante o fim de semana. Pelo contrário, há mais cinco jogos para ver, entre os quais o segundo de Portugal e os últimos do grupo A, onde a França já está apurada.

Sábado, dia 18

Bélgica-Rep. Irlanda, 14h, em Bordéus (Grupo E)

Jogo vital para a Bélgica, depois da derrota com a Irlanda. Se não vencer pode complicar muito a continuidade no Europeu, o que seria uma enorme surpresa. A Irlanda, que empatou a abrir com a Suécia, fica com o apuramento praticamente garantido em caso de triunfo (passa a somar 4 pontos), mas não é, de longe, favorita para o duelo. É o último jogo da fase de grupos às 14 horas.

Islândia-Hungria, 17h, em Marselha (Grupo F)

Duas seleções que proporcionaram surpresas na ronda inaugural medem forças no Velódrome, num jogo que não deixará nenhuma delas fora do Europeu, mas que pode dar apuramento direto à Hungria, em caso de triunfo, o que não deixaria de ser mais uma grande surpresa. Certamente que é esse o objetivo dos magiares, evitando assim que o duelo com Portugal, a fechar, tenha carácter decisivo. A Islândia, se vencer, pode perfeitamente sonhar com ganhar o grupo.

Depois de surpreender Portugal, Islândia quer dar seguimento

Portugal-Áustria, 20h, em Paris (Grupo F)

O jogo é decisivo para a Áustria mas é, naturalmente, em Portugal que se centram todas as atenções. Depois do empate com a Islândia, tudo o que não seja um triunfo constituirá enorme desilusão, ainda que nenhum resultado afaste a seleção nacional dos oitavos de final. Mas, claro, não é a mesma coisa terminar o grupo em primeiro ou apurar-se como um dos melhores terceiros, por exemplo…

Domingo, dia 19

França-Suíça, 20h, em Lille (Grupo A)

Já apurados, os franceses procuram o pleno frente àquele que seria, à partida, o mais complicado rival do grupo. A verdade é que tanto a Roménia como a Albânia venderam bem cara a derrota e França ainda busca uma exibição convincente a tempo inteiro que combine com o estatuto de favorita que ostenta. Será contra os helvéticos? O apuramento não deve escapar aos suíços, mas, insiste-se, não é a mesma coisa ser primeiro, segundo ou um dos melhores terceiros…

À terceira, França ganha com conforto?

Roménia-Albânia, 20h, em Lyon (Grupo A)

A vida está muito complicada para os albaneses, enquanto os romenos procuram uma vitória que, conjugada com ajuda francesa, possa dar apuramento (não é obrigatória uma derrota da Suíça, ainda assim). Para a Albânia, do mal, o menos, a busca é pelo primeiro golo numa fase final. Se mais nada se salvar e depois de derrotas que estiveram longe de embaraçar para um estreante, saberia a pouco deixar França sem festejar um golito.