Luís Guilherme, presidente da Comissão de Arbitragem da Liga de Clubes, foi ouvido esta tarde pela Polícia Judiciária do Porto, no âmbito do processo «Apito Dourado», na qualidade de «testemunha», assegurou o próprio à saída das instalações da PJ. «Não fui constituído arguido, estive aqui apenas como testemunha. Colaborei com a Polícia Judiciária em tudo o que me foi solicitado e agora vou para Lisboa».
O dirigente revelou que esteve a responder a um extenso inquérito sobre tudo o que tem a ver com o funcionamento da arbitragem no futebol profissional, incluindo as nomeações dos árbitros e dos observadores. «Se as perguntas têm a ver com a alteração da verdade desportiva? Têm fundamentalmente a ver com o funcionamento da arbitragem no futebol profissional. Estive a prestar declarações sobre essa matéria».
Apesar das quatro horas no interior das instalações da Polícia Judiciária, o presidente da Comissão de Arbitragem disse ter estado em inquérito muito menos tempo. «Aquilo tem alguma demora, porque é transcrito, portanto a prestar declarações não deve ter sido mais do que uma hora», referiu. «Se respondi a perguntas sobre casos concretos? Não posso avançar com pormenores. Acho que as investigações devem seguir até ao fim e depois, sem houver culpados, que sejam punidos de acordo com a lei e afastados do futebol português».
Administradores do Metro do Porto também na PJ
Durante esta terça-feira passaram também pelas instalações da Polícia Judiciária outras pessoas ligadas sobretudo à política. Avelino Ferreira Torres, passou da parte da manhã, Narciso Miranda, Oliveira Marques e Mário de Almeida, prestaram declarações da parte da tarde. À excepção do primeiro, todos os outros fazem parte da Administração do Metro do Porto e aparentemente apenas estiveram na PJ como testemunhas para prestar esclarecimentos sobre «um processo colateral ao denominado Apito Dourado», referiu o presidente da Câmara Municipal de Vila do Conde.
Alegadamente tudo terá a ver com uma troca de favores entre a Administração do Metro do Porto e empreiteiros responsáveis pela obra, os quais acabariam depois por financiar clubes de futebol como contrapartida pela preferência na adjudicação da obra. Recorde-se que Valentim Loureiro foi indiciado, de resto, pelo crime de tráfico de influências. Mário de Almeida adiantou ainda que a polícia pretendia saber se tinha participado numa reunião em que foi abordada a concessão de uma empreitada do Metro do Porto envolvente à Casa da Música.