O mundo do desporto reagiu em peso à confissão de Lance Armstrong que, numa entrevista, contou que usou doping em todas as vitórias do Tour.

Um dos primeiros a falar foi Novak Djokovic e não poupou o ciclista: « É uma desgraça para o desporto ter um atleta como este. Ele enganou milhares de pessoas por todo o mundo com a sua carreira e a sua história de vida. Devia sofrer pelas suas mentiras.»

Também a fundação Livestrong, de luta contra o cancro, fundada por Lance Armstrong, afirmou estar dececionada pelo facto de ele «ter enganado as pessoas durante e após a sua carreira de ciclista». «Aceitamos as desculpas para seguir em frente e traçar um caminho forte e independente», disse a ONG num comunicado enviado 40 minutos após o fim da primeira parte da entrevista.

O presidente da UCI (União Ciclista Internacional), Pat McQuaid, disse que a confissão de Lance Armstrong sobre doping é «um passo importante no longo caminho para reparar os danos que causou ao ciclismo». «Lance Armstrong confirmou que não houve conluio entre a UCI e Lance Armstrong. Não ocorreram controlos positivos que foram camuflado. Além disso também disse, e com razão, que o ciclismo era um desporto muito diferente há dez anos».

Entretanto, o Comité Olímpico Internacional pediu a Lance Armstrong para colaborar com as autoridades antidopagem

«Pedimos a Armstrong que apresente todas as provas às autoridades antidopagem competentes, para que possamos pôr fim a este episódio obscuro e podermos seguir em frente, mais fortes e mais limpos», disse o COI, em comunicado.

«Esta noite, Lance Armstrong finalmente reconheceu que sua carreira foi construída numa poderosa combinação de doping e fraude. Se ele quer corrigir os erros do passado deve testemunhar sob juramento sobre o alcance de suas atividades de doping», afirmou Travis Tygard, presidente da Usada (Agência Antidoping dos Estados Unidos).



Pierre Bordry, ex-chefe da agência antidoping francesa considera que Armstrong «devia ter dito mais sobre a forma de como se dopava e quem o ajudava».

Emma O'Reilly, ex-massagista de Armstrong, que falou sobre o doping do ciclista afirma que «odiava ver como alguns ciclistas eram ultrapassados, porque nem todos os ciclistas ficavam tão confortáveis com o doping como ele».