Foi um triunfo suadíssimo, mas merecido, de um Sporting que simplesmente não foi a jogo nos primeiros 25 minutos, mas que soube renascer e ainda foi a tempo de justificar os três pontos.

O Arouca, combativo e ousado, assinou arranque em grande, chegou a sonhar com a surpresa mas não aguentou a aceleração leonina.

O Sporting foi completamente apanhado de surpresa pela boa entrada do Arouca. A equipa da casa assinou uma fase inicial de grande qualidade, com forte pendor ofensivo e boa movimentação.

Os leões terão acusado as dificuldades do terreno pesado e demoraram a conseguir construir. Aproveitou a equipa da casa, que mandou completamente nos primeiros 25 minutos da partida.

André Claro foi avisando de livre e em lances perigosos, Roberto tentava de cabeça, mas foi Bruno Amaro a abrir o ativo, num belo remate que não deu hipóteses a Rui Patrício.

Bruno Amaro terminava com uma série de oito jogos e 17 minutos dos leões sem sofrerem golos, que durava desde 9 de novembro (derrota 4-3 na Luz, para a Taça de Portugal), sendo que para a Liga os leões não sofriam um golo desde 2 de novembro (triunfo em Alvalade sobre o Marítimo).

O 1-0 só surpreendia quem não estava a ver o encontro. O Arouca tinha o sinal mais e mostrava condições para se ficar pela vantagem mínima.

O 2-0 até podia ter acontecido, mas foi o Sporting quem, contra a corrente do jogo, chegou ao empate. Rojo, de cabeça, após canto de Adrien Silva, fez o 1-1.

O facto é que a igualdade deu novo fôlego aos leões. Depois de 25 minutos para esquecer, o Sporting pegou, finalmente, no jogo.

William, que até aí tinha perdido o combate do meio-campo, cresceu em segurança. Wilson Eduardo tentava surpreender pelas alas. Mas era pouco: Montero continuou desaparecido em combate (aos 43, podia ter feito o 1-2, mas faltou-lhe instinto matador).

O Sporting entrou no segundo tempo mantendo o domínio territorial que impusera nos últimos minutos da primeira parte.

Mas o conjunto de Leonardo Jardim continuava a revelar dificuldades em criar ocasiões reais de perigo. Com um Montero apagado, Jardim lançou Slimani, sacrificando Capel, outra unidade ofensiva em rendimento precário no Sporting que esteve em Arouca.

A mudança fez bem à dinâmica ofensiva leonina. Aos 60, o Sporting quase chegou ao 1-2, com William a atirar ao ferro e, na recarga, Rojo a atirar para boa defesa de Cássio.

O jogo parecia pender cada vez mais para o Sporting e essa tendência foi ainsa mais forte depois da expulsão (exagerada), por acumulação de amarelos, de Tinoco.

Mas quase nem deu para os leões aproveitarem a diferença numérica: Rojo, pouco depois, também viu segundo amarelo, e no campo as equipas passaram a estar empatadas 10-10.

Enquanto isso, não parava de chover e o campo ficava cada vez mais pesado. O fôlego ofensivo dos leões foi-se esvaindo e passámos a assistir a um jogo empastelado.

Empate? Nada disso. O Sporting estava mesmo disposto a redimir-se do atraso na entrada em jogo e ainda conseguiu o 1-2. Num golo à ponta-de-lança, Slimani faturou em zona de tiro e colocou os leões em vantagem.

O Arouca ainda podia ter chegado ao 2-2,em cabeceamento de Roberto aos 85, a rasar o poste esquerdo de Patrício. Mas talvez não tivesse sido justo.  

Num bom jogo, combativo e disputado entre duas equipas que quiseram ganhar, o Sporting entrou na segunda volta com uma vitória de sangue, suor e lágrimas. Os campeonatos ganham-se também nestes jogos.